Coleta do Censo não será finalizada em 2022, diz IBGE
06 de dezembro de 2022, 15:47
Da população já recenseada, 29,43% estava na região Nordeste, 39,54% no Sudeste, 14,76% no Sul, 8,79% no Norte e 7,44% no Centro-Oeste (Foto: Reprodução)
Afetada por atrasos, a operação do Censo Demográfico 2022 só deve ser concluída em janeiro de 2023, indicou nesta terça-feira (6) Cimar Azeredo, diretor de pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As entrevistas do levantamento começaram no dia 1º de agosto. Inicialmente, o IBGE planejava o término da coleta das informações para outubro. Porém, teve de ampliar o prazo até dezembro e, agora, prorrogou a estimativa para janeiro.
O ritmo mais lento do que o esperado ocorre em meio a dificuldades do instituto para contratar e manter os recenseadores em campo.
O IBGE informou que, de 28 de novembro a 4 de dezembro, contava com 60,6 mil recenseadores em ação. A quantia equivale a apenas 33,1% do total de vagas disponíveis.
Desde o início da operação, o instituto recenseou em torno de 168 milhões de pessoas no país. Elas estavam em 59,2 milhões de domicílios. O total já recenseado corresponde a 78,73% da população projetada, diz o IBGE.
O instituto tem de entregar estimativas populacionais para o TCU (Tribunal de Contas da União) em dezembro. A medida é necessária para o cálculo dos repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos das prefeituras.
A entrega dos dados está prevista para o dia 26. Segundo Azeredo, a projeção é cobrir em torno de 90% da população com o Censo neste mês.
No caso dos municípios com a coleta finalizada até a data de entrega, o IBGE deve repassar as informações do Censo para o TCU, sinalizou Azeredo.
Já no caso das localidades em que a coleta não estiver concluída, o instituto ainda está avaliando como o repasse dos dados será feito, apontou o diretor.
O Censo costuma ser feito de dez em dez anos. Em anos sem a pesquisa, o IBGE repassa dados para o TCU das estimativas populacionais realizadas anualmente, pontuou Azeredo.
Ao longo da coleta, os recenseadores, contratados de maneira temporária, enfrentam recusas de parte da população em responder aos questionários. Fake news sobre o Censo e até ameaças contra os profissionais adicionaram obstáculos ao avanço da coleta.
Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou medida provisória que autorizou a contratação de funcionários para a pesquisa sem a necessidade de processo seletivo. O objetivo foi acelerar a coleta e, assim, tentar garantir a conclusão ainda neste ano.
O IBGE destacou que, no Rio de Janeiro, fechou um acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Por meio desse acerto, o instituto está capacitando agentes comunitários de saúde para atuarem como recenseadores na capital fluminense.
Da população já recenseada, 29,43% estava na região Nordeste, 39,54% no Sudeste, 14,76% no Sul, 8,79% no Norte e 7,44% no Centro-Oeste. Até o momento, 51,6% da população recenseada era formada por mulheres e 48,4% por homens.
O Censo é o levantamento mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas da população brasileira. A intenção do IBGE é visitar os cerca de 75 milhões de domicílios espalhados pelo país.
Os dados apurados funcionam como base para uma série de políticas públicas, além de balizar os repasses do FPM.
Folhapress
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