Cidade com maior número de idosos na Bahia é conhecida pela produção de cachaça
03 de outubro de 2024, 10:42
Conhecida como a “capital baiana da cachaça”, Abaíra concentra a maior população com idade a partir dos 60 anos no estado (Foto: Reprodução)
Conhecida como a “capital baiana da cachaça”, com tradição bicentenária na produção da bebida tipicamente brasileira, Abaíra concentra a maior população com idade a partir dos 60 anos no estado. Com direito a monumento de 3,5 metros de altura e 5 metros de comprimento, em plena praça pública, celebrando a cachaça, a cidade na Chapada Diamantina tem 26% da população idosa.
Dos 7,3 mil habitantes, 1,9 mil tem 60 anos ou mais, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2022. A taxa é maior do que a apurada no censo de 2000, quando 15% da população era de idosos, o que significa que, ao longo dos anos, a população envelheceu ainda mais, fazendo a cidade se destacar não só pela produção do destilado, mas também pelo maior índice de envelhecimento.
Na cidade, são 137 idosos para cada 100 crianças/adolescentes de até 14 anos. E, no Dia Nacional da Pessoa Idosa, nesta terça-feira (1º), não se achou ainda uma explicação objetiva para o fato, segundo Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE. Segundo ela, apesar de nenhuma pesquisa específica ter sido feita, alguns aspectos podem ajudar a entender os números, como fatores genéticos, acesso à saúde, fatores comportamentais, como hábitos mais saudáveis, e condições gerais de vida.
A migração de jovens para cidades maiores, buscando mais oportunidades de trabalho e estudo, também pode ser um dos fatores que pode contribuir para a cidade ser “a mais idosa” da Bahia. “Esse ‘êxodo’ acaba tendo duas potenciais consequências: faz com que as pessoas mais velhas, as que ficaram na cidade, ganhem representatividade e participação no total de habitantes e contribui para uma diminuição na fecundidade”, explica Mariana, que confirma que, entre 2003 e 2022, o número de crianças nascidas por ano caiu quase pela metade, passando de 118 para 62.
Essa saída dos jovens, inclusive, não têm afetado a produção da bebida na cidade, feita pela Cooperativa dos Produtores de Cana e seus Derivados da Micro Região de Abaíra – Chapada Diamantina (Coopama). “Quem fica dá continuidade a tradição dos avós, bisavós e pais. Essa produção tem mais de 200 anos e na cooperativa tem gente com mais de 80 anos de idade”, revela, orgulhoso, o engenheiro agrônomo Rafael Moreira Rocha ao g1 Bahia.
Segundo ele, anualmente, são produzidas cerca de 57 mil garrafas, que são vendidas principalmente para a capital baiana e cidades da região da Chapada Diamantina.
Redação Alô Alô Bahia/Correio
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