Celso de Mello: ”é preciso resistir a destruição da ordem democrática”

31 de maio de 2020, 19:27

o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que "o ovo da serpente parece estar prestes a eclodir no Brasil (Foto: Reprodução)

Em duras palavras, o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “o ovo da serpente parece estar prestes a eclodir no Brasil”. De acordo com o magistrado, o país vive um processo semelhante ao que viveu a Alemanha pouco antes de Adolf Hitler ascender ao poder por meio do voto e implementar o nazismo.

As declarações do magistrado ocorreram por meio de uma mensagem encaminhada pelo ministro mais antigo da Corte para alguns dos colegas de plenário, de acordo com o jornal “Estado de S. Paulo”. Ele afirma que “bolsonaristas querem implantar uma desprezível e abjeta ditadura militar”.

Fontes na Corte procuradas pela reportagem informaram que o texto não foi enviado a todos os ministros. Três integrantes do plenário procurados pelo Correio informaram não ter recebido o texto. “Guardadas as devidas proporções, o ‘ovo da serpente’, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) , parece estar prestes a eclodir no Brasil”, teria escrito Celso de Mello.

Em seguida, o magistrado teria afirmado que é necessário resistir a derrocada da democracia. “É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933, como chanceler (primeiro ministro) da Alemanha (Reichskanzler), não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora Constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição, em março de 1933 , da lei (nazista) de concessão de plenos poderes (ou lei habilitante) que lhe permitiu legislar sem a intervenção do Parlamento germânico!”.

O texto que foi repassado aos juiz da mais alta corte do país conclui afirmando que o que se pretende é a instauração de uma ditadura militar em território nacional. “Intervenção militar, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar”, completa. Por meio de nota, o gabinete do ministro afirmou que “a manifestação foi exclusivamente pessoal”

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