Dos mais de 108 mil estabelecimentos rurais que trabalham com leite na Bahia, 82% deles já são da agricultura familiar. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam a força da bovinocultura do leite no Estado, que produziu mais de 1,1 bilhões de litros de leite em 2021, o que coloca o Estado no sétimo lugar do ranking nacional.
Neste Dia Mundial do Leite (1º/6), todos esses avanços são evidenciados com os investimentos do Governo do Estado na bovinocultura de leite, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), que já investiu pelo projeto Bahia Produtiva R$ 67,5 milhões.
Os recursos são aplicados desde assistência técnica qualificada e distribuição de insumos para a alimentação dos bovinos, como a entrega de mudas de palma, máquinas para a silagem dos mantimentos, equipamentos e tanques de resfriamento, até a construção de unidades de beneficiamento de leite.
O diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, ressalta a evolução da agricultura familiar na bacia leiteira. “A Bahia está com muito destaque na produção de leite pela agricultura familiar. Isso mostra que os projetos estruturantes do Governo do Estado estão promovendo o desenvolvimento econômico a partir do rural. O que mais me impressiona hoje é que em todas as propriedades rurais por onde eu passo, todos os agricultores já estavam com ordenhadeira mecânica, mesmo em uma área pequena de terra”.
Um desses lugares de sucesso na bovinocultura de leite está localizado no município de Várzea Nova, no território Piemonte da Diamantina. Por lá, a Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região (Coopag) é referência na produção e beneficiamento de derivados de leite, como os iogurtes diferenciados com licuri, abacaxi em pedaços e umbu, leite, manteiga e queijos de diversos tipos. O resultado é fruto de R$ 4 milhões em recursos destinados pelo Governo do Estado para o desenvolvimento da cooperativa, tanto na ampliação da agroindústria, quanto na aquisição de máquinas e equipamentos e no serviço de assistência técnica e extensão Rural (Ater).
O diretor comercial da Coopag, Fred Jordão, fala da transformação na vida dos cooperados. “Estamos produzindo hoje 70 mil litros de leite por dia e, no mínimo, 80% disso tem a presença da CAR com a entrega dos equipamentos e com a assistência técnica. Por exemplo, lá na comunidade de Brejo Grande, há quatro anos atrás, a produção era de 9 mil litros de leite por mês e hoje já são 89 mil litros de leite”, comemora.
Fonte rentável
Um desses exemplos de produção é o agricultor Rodrigo Nunes, de 26 anos, do município de Miguel Calmon. Rodrigo é presidente da Associação Comunitária de Brejo Grande de Baixo e garante uma renda média de R$ 7 mil com a produção de oito vacas. “Com as tecnologias implantadas como a inseminação artificial, eu passei a ver a bovinocultura como uma fonte rentável. Além disso, valorizo a assistência técnica prestada porque eu não sabia nem fazer uma formulação de ração. Aprendi e tenho buscado outras fontes estratégicas de alimentação para o animal no período de maior escassez”, comenta o agricultor.
Outra experiência exitosa acontece na Associação Comunitária da Barroca, no município de Jeremoabo, território Semiárido Nordeste II. No local, quem protagonizou os avanços foi o Agente Comunitário Rural (ACR), Gildevan Teixeira. Com as ações de assistência técnica e a inseminação artificial para melhoramento genético do rebanho, a produção dos associados e associadas aumentou para mais de 1.500 litros de leite por dia. “Ser ACR foi um divisor de águas na minha vida para que eu me mantivesse aqui no Semiárido. Hoje eu tiro 100 litros de leite por dia, em uma média de 20 litros de leite por vaca que eu tenho”, comemorou.
As duas experiências são resultado do Bahia Produtiva, projeto executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.
Ascom/CAR