Após profissionais de saúde denunciar calote prefeito de Jacobina chama mídia de ‘irresponsável’

03 de fevereiro de 2022, 14:52

Vestido de 'cão' prefeito Tiago Dias inaugura unidade de saúde na comunidade de Caatinga do Moura (Foto: Aléx Félix)

O anúncio da paralisação das atividades feito pelo corpo clínico do Hospital Municipal Vicentina Goulart (HEVG), através de uma ‘carta aberta’ divulgada nesta quarta-feira (2), tem sido o principal assunto da cidade e da região desde a sua divulgação. No documento assinado por 31 profissionais que atuam no principal centro de referência de atendimento a pacientes com diagnóstico de Covid-19 da região, o motivo seria a falta de pagamento de honorários.

Na carta, dirigida à população e encaminhada também para o Ministério Público, Conselho Regional de Medicina da Bahia e Sindicato dos Médicos da Bahia, os profissionais comunicam ‘a todos um lamentável fato tolerado pelo seu serviço de referência em doenças respiratórias (urgência, emergência, internação clínica e UTI), aberto desde o início da pandemia’, ao se referirem à falta de pagamento dos seus salários referentes aos meses de novembro e dezembro do ano passado: ‘A última competência de pagamento dos nossos honorários a do mês de outubro de 2021, estando, portanto, vencidos os prazos de pagamento das competências de novembro e dezembro de 2021. São 2 (dois) meses em atraso’.

Em alguns trechos o texto é contundente e acusa a atual gestão municipal é responsabilizada pela situação. ‘Confessamos surpresa em sermos preteridos pela administração pública, quando arriscamos a própria vida para ser linha de frente contra o Covid19 desde o começo. Isso traduz minimamente, para nós, desrespeito. Isso traz tristeza’.

Ao tomar conhecimento do ‘estado de greve’ da equipe de saúde do HRVG, ainda na noite desta quarta-feira), o presidente da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Jacobina), Alisson Fontes, solicitou do Ministério Público Federal, providências no sentido de que não haja descontinuidade dos serviços médicos prestados naquela unidade hospitalar.

Dado a repercussão na imprensa estadual, o prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PC do B), sem nenhum documento que mostrasse o contrário do que foi denunciado pelos profissionais que atuam na linha de frente no combate a Covid-19, principalmente na área da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Municipal Vicentina Goulart, negou a veracidade do conteúdo da Carta Aberta.

‘Mídia irresponsável’ – Em entrevista concedida ao site da cidade, o gestor negou que exista atraso de repasse de pagamentos e culpou a empresa que estava à frente da administração do nosocômio nos meses contestados.

Ao transferir responsabilidade, o timoneiro municipal, sem provas também, disse que ‘tudo se trata de um movimento político articulado, de algumas pessoas que ainda não entenderam que perderam a eleição’. Para completar, em um claro estado de devaneio, classificou como ‘mídia irresponsável’ os órgãos de imprensa que cumpriram o papel de informar com imparcialidade os fatos, cumprindo o dever democrático e constitucional da liberdade de imprensa.

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