Agricultores familiares da Bacia do Rio Corrente diversificam produção para consumo
14 de maio de 2020, 10:32
(Foto: Ascom/SDR)
Agricultores familiares do Território Bacia do Rio Corrente estão aumentando a diversidade de alimentos em seus quintais e colhendo variedades de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), além de hortaliças tradicionais, alimentos ricos em vitaminas e nutrientes.
As PANC são plantas ou a partes de plantas que podem ser utilizadas na alimentação, mas que ainda são pouco usadas no dia a dia. São espécies pouco comuns, que sempre fizeram parte da cultura e da alimentação local, sendo facilmente encontradas nos quintais, roças, pomares e terrenos baldios.
A ação é resultado do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do projeto do Governo do Estado, Bahia Produtiva, que distribuiu, entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, mudas de mais de 20 espécies de PANC, visando a aumentar a diversidade alimentar, por meio do consumo de alimentos da biodiversidade.
Na com
unidade de Praia, localizada no município de Correntina, agricultores e agricultoras familiares, da Associação Comunitária dos Pequenos Criadores do Fecho de Pasto de Clemente, estão colhendo em seus quintais plantas como quiabo de metro, vinagreira rocha, ora-pró-nobis, entre outras PANC.
O jovem agricultor Tiago Barreto conta que a comunidade optou por não consumir a primeira colheita, para doar as mudas e sementes, a fim de que outros agricultores também possam usufruir dos benefícios: “Essas PANC foram uma experiência nova, que estamos voltando a cultivar, resgatando costumes que a gente já tinha perdido e agora tá sendo muito bem aproveitado”.
O Agente Comunitário Rural (ACR) Ademark Silva, que presta assessoria à comunidade do Salto, afirma que nesse momento a opção da comunidade foi aumentar a área produzida, enquanto mostra aos agricultores como as plantas podem ser inseridas na alimentação: “Organizamos uma pequena área para plantar as sementes e produzir mais e estamos trabalhando com os beneficiários o consumo desses alimentos. Aqui temos vinagreiras, cará, amaranto, cúrcuma, moringa, melão croá, coentrão, a beldroega, língua de vaca e as variedades de feijão”.
O coordenador pedagógico do Instituto BioSistêmico (IBS), empresa de assistência técnica contratada pelo Bahia Produtiva, Sidnei Niederle, informa que, além das comunidades Praia e Salto, são atendidas pelo IBS mais 10 comunidades com a estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional, nos territórios Bacia do Rio Corrente e Velho Chico.
Niederle enfatiza que a estratégia do Bahia Produtiva para o fortalecimento da segurança alimentar e nutricional, nas comunidades atendidas, já era acertada, mas vem se mostrando ainda mais após a eclosão da epidemia da Covid-19: “As restrições de mobilidade impostas pela pandemia, recolocam para as pessoas a reflexão sobre a origem do que comem e, especialmente para os agricultores, o papel fundamental da produção para consumo próprio, provendo alimentos saudáveis na mesa. Ao longo do tempo, muitas hortaliças tradicionais deixaram de ser cultivadas pelos agricultores e estamos podendo contribuir para a volta destas culturas, com nosso trabalho de ATER”.
O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), a partir de acordo de empréstimo do Banco Mundial.
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