A lâmpada e um Aladdin baiano

27 de maio de 2022, 13:55

(Foto: Gervásio Lima)

×Por Gervásio Lima –

Praia de Jardim Armação, localizada no bairro do mesmo nome, em Salvador. Início da manhã de um dia da semana, em alguma data de um mês de 2022. O mar estava bastante agitado, com maré alta e apesar de o clima estável, as nuvens no céu apresentavam a chegada de chuvas.

Não muito comum, a praia estava totalmente vazia e não apresentava sujeira. O mar estava bastante convidativo.

O som das ondas quebrando nas pedras e na areia era o ‘resumo da ópera’.

De repente uma lâmpada. Peraí, areia, onda, mar e lâmpada? Sim, uma lâmpada é encontrada na areia com algumas conchinhas grudadas, em um sinal de que ela estava no oceano há algum tempo.

Antes da ação cidadã de coletar e jogar em um local adequado, a vontade de esfregar o objeto, como fez o personagem infantil Aladdin, foi enorme. Como na saga, os três pedidos, desta feita o de um baiano, já estavam automaticamente prontos: 1º – que o ser humano volte a ser sinônimo de humanidade; 2º – que a vida seja respeitada em todos os seus aspectos e 3º – que a igualdade deixe de ser uma utopia.

A lâmpada de Aladim representa o centro da inteligência humana, mais precisamente a consciência, o que infelizmente tem faltado no ser humano, que insiste em carregar consigo os resquícios do período neolítico, com sabedoria limitada e instinto selvagem.

A lâmpada, que remete à luz e à vida, fora do seu bocal tem o poder de machucar caso esteja quebrada e de contribuir para destruir um ecossistema.

*Jornalista e Historiador

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