A justiça de cada um
15 de abril de 2024, 14:52
*Por Américo Júnior –
De um lado uma mulher negra, pobre, moradora de uma comunidade marginalizada, herdeira de um capital social que foi dos seus avós, pais, e que agora é seu.
A região onde ela reside, segundo os órgãos de segurança, é a maior concentração de pessoas “nocivas” a sociedade.
Do outro, um aparato policial que responde pela maior quantidade de mortos entre todas as policias do mundo, e uma das poucas que ainda é militar( quem não conhece a história acha que é a salvação da lavoura, são as “vivandeiras alvoroçadas”.
A reboque disso tudo temos o maior exemplo de que a origem do cidadão determina para onde ele vai. Junto a toda essa construção(ou desconstrução como queiram) temos um juiz, neto de policial, absolvendo os policiais que arrastaram o corpo de uma mulher preta e pobre porque o banco de trás da viatura estava cheio de armas, e o único lugar vazio para colocar a mulher preta, era no bagageiro do camburão, cuja fechadura estava quebrada sabe-se lá desde quando.
Mais explícito impossível, a relação da origem com as consequências que trazem para a vida das pessoas.
Gostaria de lembrar mais uma vez aos eleitores jacobinenses que teremos um pleito em 2024, onde vários cidadãos gozando do direito que a Constituição Federal lhes assegura, colocarão seus nomes para a avaliação da sociedade com o objetivo de tornarem-se vereadores(a).
Mas o que será que estes cidadãos(ãs) pensam sobre o assunto citado acima?
Não esqueçamos que há entre eles um ex-militar que defendeu uma “intervenção militar constitucional”(não é piada), essa gente pensa que está na terraplana adorando pneus e com o celular na cabeça conectando com alienígenas, sem falar que foram antivacinas. O que seria de nós se não fossem as vacinas? Pincipalmente a da poliomielite que foi produzida na antiga União Soviética(a ignorância não permite que separem as coisas). Temos também pessoas na área de saúde, que defenderam a ocupação do tiro de guerra local.
Todos temos o direito de nos postular a algum cargo eletivo, porém, precisamos nos atentar ao contexto histórico para guiar as nossas decisões.
“A cabeça tem de estar onde os pés pisam”.
Leonardo Boff.
*Historiador
Boas Festas!