A impunidade prevalecerá enquanto não houver consciência
11 de maio de 2022, 13:25
*Por Gervásio Lima –
A ausência da punição ou a sua aplicabilidade de forma não desejada tem deixado de ser discussões que antes remetiam apenas à área jurídica, ao ambiente forense. Atualmente, como técnico de futebol, onde todo torcedor se autodeclara suficientemente capaz de escalar e fazer determinadas mudanças no seu time do coração, as sentenças são amplamente comentadas e às vezes decididas por tribunais compostos por magistrados com os mais diversos tipos de entendimentos sobre a mesma matéria.
O que era para ser um ‘ponto de vista’ vem se transformando, em muitos casos, em ‘meias-verdades’, utilizando-se elementos reais para se criar situações embaraçadoras e perigosas, colocando, inclusive, reputações até então ilibadas como duvidosas.
Os chamados ‘julgadores de plantão’ confundem, e, consequentemente, prejudicam mais que ajudam. Um verdadeiro desserviço para uma sociedade atônita e acometida por rajadas de desinformações e intolerâncias. Um caos total.
As relações interpessoais estão cada vez mais difíceis, sem respeito às ideias e opiniões alheias. A intriga permeia, enquanto a compreensão, o entendimento, a aceitação e a consideração (empatia) têm perdido espaço para a violência, a desarmonia e o ódio. E isso com um agravante, o uso da religião e a imagem da família para confundir aqueles de astúcia limitada.
A antiga estratégia de comunicação, que consiste em empregar recursos emocionais ou simbólicos pra induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realizar uma ação (persuasão), tem sido a principal ferramenta utilizada para distrair e tirar o foco de um problema que tem se tornado cada dia mais crônico: a lógica da mentira e da enganação.
A arte de persuadir nunca esteve tão presente, e, o pior, o emprego de argumentos ilegítimos está conseguindo mudar até mesmo a conduta e a crença de muitos indivíduos, afetando inclusive seus caracteres.
A impunidade prevalecerá enquanto não houver consciência.
Forte é o povo!
*Jornalista e historiador
Boas Festas!