A esperança é a última que morre

30 de janeiro de 2025, 13:27

(Foto: Gervásio Lima)

*Por Gervásio Lima –

A música ‘Modinha para Gabriela’, da saudosa Gal Costa, caracteriza perfeitamente aquele, ou aquela, que popularmente é chamado de ‘cabeça dura’. Pessoa que não muda de ideia sobre nada, que se recusa a aceitar que a opinião do outro pode estar certa, e, ainda pior, não diz o motivo de tal resistência: ‘Eu nasci assim, eu cresci assim. E sou mesmo assim, vou ser sempre assim, Gabriela. Sempre Gabriela’.

Está em alta fazer juízo de valor sobre assuntos em evidência no dia a dia, principalmente os que se referem a política, gênero, empoderamento e religiosidade. Muitas vezes, de forma irresponsável e até criminosa, emitem-se opiniões a partir de uma avaliação subjetiva, baseadas em valores, crenças, experiências e emoções pessoais, sem respeitar as escolhas do outro.

A falta de informação dificulta a compreensão, podendo levar a interpretações equivocadas, mas pior mesmo é a falta de interesse pela busca do conhecimento. É mais prático e conveniente acompanhar o ‘ouvi dizer’ em vez da comprovação da verdade.

As referências não são mais as mesmas. Ter algo ou alguém como exemplo está sendo arriscado e quase em extinção, com as relações de confiança passando por revisões frequentemente. O grau de desconfiança tem aumentado vertiginosa e assustadoramente por culpa da desinformação.

Os mesmos que pregam a paz, estimulam os conflitos, e os paladinos da moralidade agem sempre em favor deles mesmos. Daí a necessidade do exercício constante da capacidade cognitiva para não apenas desconfiar, mas também para acreditar, seguindo a premissa de que ‘a esperança é a última que morre’.

Não confunda Zé carroceiro com Zeca roceiro.

*Jornalista e Historiador

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