Papa Francisco compara políticos que atacam homossexuais e judeus a Hitler
16 de novembro de 2019, 09:08
Papa Francisco participa de encontro com peregrinos ítalo-albaneses na Sala Paulo VI, no Vaticano - 25/05/2019 (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
O Papa Francisco comparou nesta sexta-feira, 15, políticos e líderes de governo que atacam homossexuais, ciganos e judeus a Adolf Hitler. Sem citar nomes ou países, o pontífice alertou advogados e participantes de uma conferência sobre lei criminal no Vaticano que discursos de ódio e perseguição contra esses grupos estão se tornando mais frequentes.
“Não é uma coincidência que, por vezes, ressurjam símbolos típicos do nazismo. Devo confessar a vocês que quando escuto um discurso de alguém responsável por uma ordem ou governo [contra homossexuais, judeus e ciganos], lembro dos discursos de Hitler em 1934 e 1936″, afirmou Francisco.
Durante o regime da Alemanha Nazista, que vigorou entre 1933 e 1945, milhões de judeus, homossexuais e ciganos morreram ou foram deportados para campos de extermínio.
Nas últimas semanas, o pontífice fez outras críticas ao que considera um ressurgimento de movimentos ultraconservadores e antissemitas na Europa. Na quarta-feira, durante sua audiência geral no Vaticano, Francisco voltou a citar suas preocupações com o retorno da perseguição contra o povo judeu, sem mencionar nomes.
Pecado ecológico
Nesta sexta, o papa afirmou que a Igreja Católica está pensando na introdução o “pecado ecológico” no catecismo, já que todas as ações contra o meio-ambiente também são contra a “casa comum” da humanidade.
“Um sentido elementar de justiça implicaria que certos comportamentos, pelos quais as empresas são geralmente responsáveis, não ficariam impunes. Em particular, todos aqueles que podem ser considerados como ‘ecocídio’”, afirmou o pontífice, durante o 20º Congresso Internacional da Associação de Direito Penal, em Roma.
“Estamos pensando em introduzir no catecismo da Igreja Católica o pecado ecológico, o pecado contra o habitat em comum”, completou.
Sobre o que chamou de “ecocídio”, disse que podem ser classificadas assim as ações como a poluição massiva do ar, a dos recursos de terra e água, a destruição em larga escala da flora e da fauna, qualquer uma que possa provocar um desastre ecológico.
Na opinião de Francisco, se tratam de “crimes contra a paz”, que deveriam ser reconhecidos assim pela comunidade internacional.
(Com EFE e Reuters)
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