Abalos sísmicos geram temor de colapso de mina em Maceió (AL) e em Jacobina (BA) população convive com tremores de até 2.4 mR em área próxima a uma mineradora
06 de dezembro de 2023, 11:01
No município de Jacobina os tremores de terra têm chegado a 2,4 pontos na Escala Richter mR (Foto: Gervásio Lima)
Conforme o Boletim Sísmico do Nordeste, do mês de novembro, publicada pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), foram registrados em Jacobina, no norte da Bahia, 3 abalos, de magnitudes variando entre 1,7 a 2.0 na Escala Richter (mR).
Os Tremores têm sido corriqueiros em Jacobina, mas enquanto moradores que residem próximos de onde acontecem a maioria das ocorrências, nas regiões das da comunidades de Jabuticaba e Canavieiras, vivem assustados, não é sabido sobre uma posição oficial das autoridades do município, principalmente a Defesa Civil, quanto aos eventos.
Desde que começou a ser medido, em todos os boletins do LabSis Jacobina aparece em destaque, já registrando inclusive, em um só dia, 5 tremores (no dia 24 de setembro deste ano). Por três meses consecutivos (dezembro de 2022 e janeiro e fevereiro de 2023), liderou com o maior número de tremores na região nordeste do país. O abalo mais forte chegou a 2.4 mR.
Preocupação
Uma mineradora que explora ouro na região possui duas barragens de rejeitos, uma em atividade e outra desativada, o que preocupa a população que teme pelo pior, como aconteceu em Mariana em Minas Gerais, quando quase duas dezenas de pessoas morreram depois que uma barragem de rejeito se rompeu.
Abalos sísmicos podem ser responsáveis pelo colapso de mina em Maceió
Desde o último dia 29, Maceió (AL) está em estado de emergência devido ao risco de afundamento do solo ocasionado por minas de sal-gema da empresa Braskem. O colapso damina 18, além de uma preocupação para as autoridades e moradores da região, gerou uma série de dúvidas sobre a exploração desse material e como a situação chegou a esse ponto.
O sal-gema é um tipo de rocha química formado pela evaporação de água salgada há milhões de anos, utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC). As minas desse material funcionam como as demais minas de extração, com a escavação de um buraco, uma espécie de caverna, para retirada dos compostos.
De acordo com o meteorologista e coordenador do centro de monitoramento da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho, os primeiros sinais de problemas na mina 18 surgiram no dia 6 de novembro deste ano, com sismos de magnitude 1,15 mR. Segundo o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na região somente no mês de novembro.
Os tremores de terra e o risco de colapso que colocaram Maceió em estado de emergência têm ligação com a atividade de extração de sal-gema a mais de 1 km de profundidade. A extração foi interrompida pela Braskem há cinco anos, mas isso não impediu que a movimentação do solo continuasse. Estudiosos dizem alertar sobre riscos na área pelo menos desde 2010.
Os primeiros danos visíveis no solo em Maceió foram registrados após tremores de terra atingirem a capital alagoana no dia 3 de março de 2018. O abalo sísmico foi de 2,4 mR.
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