Lula já pensa em possíveis candidatos para 2026; veja opções

26 de janeiro de 2023, 10:15

Presidente já avisou que não tentará reeleição e busca novo nome para liderar a esquerda (Foto: Reprodução)

Mesmo recém-empossado como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já mira 2026 e pensa em nomes que podem sucedê-lo na próxima eleição presidencial.

O presidente já avisou que não será candidato à reeleição e busca possíveis candidatos para acabar com a dependência que a esquerda parece ter de seu nome.

Evitar retorno de Bolsonaro

Dois fatores, no entanto, fazem com que a escolha seja delicada. O primeiro, e mais importante, é o temor de ver Jair Bolsonaro (PL) ou algum de seus aliados novamente no poder.

Apesar de um governo cheio de polêmicas e decisões questionáveis, Bolsonaro segue com uma base forte e perdeu no ano passado por apenas 1,8% dos votos válidos: 50,90% a 49,10%.

Da última vez que o ex-presidente enfrentou um petista que não Lula na eleição, derrotou com facilidade Fernando Haddad no segundo turno de 2018: 55,13% a 44,87%.

“Efeito Dilma Rousseff”

Outro ponto a ser considerado é o episódio Dilma Rousseff (PT). A presidente foi eleita com tranquilidade em 2010, aproveitando os 87% de aprovação do governo Lula, mas sofreu para bater Aécio Neves (PSDB) em 2014 e acabou sofrendo impeachment dois anos mais tarde.

O objetivo do novo presidente, portanto, é buscar alguém que possua apoio popular, mas também tato político e aprovação de outras frentes para se manter no poder.

Estratégia traçada

De acordo com informações do portal UOL, Lula teria sinalizado a aliados que a proposta é “lançar” diversos presidenciáveis nos próximos anos e ver como esses nomes se destacam.

O presidente teria alertado pessoas próximas de que:

Não há garantia de acordo em torno do partido

Mesmo nomes dados como certo na disputa terão de se manter em evidência

Alguns possíveis presidenciáveis para 2026 seriam:

Geraldo Alckmin
Simone Tebet
Fernando Haddad
Flávio Dino
Rui Costa
Marina Silva
Camilo Santana
Wellington Dias

Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Ex-adversário, Geraldo Alckmin (PSB) é considerado um dos fatores mais importantes para a criação de uma frente ampla, que embalou a vitória de Lula no ano passado. Ele tem fácil acesso entre empresários e setores mais conservadores, mas pouco apelo popular. Prova disso é a derrota na eleição presidencial de 2006 para o próprio Lula.

Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento

Simone Tebet (MDB) passou de uma senadora menos conhecida a terceira colocada da última eleição presidencial após se destacar, principalmente, nos debates. Também foi peça-chave na eleição de Lula, com seu apoio no segundo turno, e tem fácil acesso entre setores conservadores e o agronegócio, mas sua agenda difere bastante da proposta pelo atual presidente.

Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda

Fernando Haddad (PT) é o favorito de Lula para ser seu sucessor na esquerda. Possui conhecimento técnico e intelectual e foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2016, mas tem pouco apoio popular e vem de derrotas consecutivas em 2016 (Prefeitura de São Paulo), 2018 (Presidência da República) e 2022 (Governo de São Paulo).

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública

Ex-governador do Maranhão, assumiu um Ministério importante. É carismático e goza de prestígio em seu estado, mas tem pouca projeção nacional. Uma possível candidatura passaria pelo destaque obtido à frente da Justiça e Segurança Pública.

Rui Costa (PT), ministro-chefe da Casa Civil

Ex-governador da Bahia, fez o PT se estabelecer como maior potência política no estado e chegou a ser cogitado para concorrer à presidência em 2018. Tem a confiança de Lula e, como Haddad, bastante conhecimento político e teórico, mas esbarra na falta de projeção nacional.

Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente

Marina Silva (Rede) tem fácil acesso a áreas mais conservadoras e mais progressistas e o conhecimento de quem já foi candidata à presidência três vezes (2010, 2014 e 2018). No entanto, tem contra si as derrotas nos três pleitos, sem sequer chegar ao segundo turno, e a ruptura com o PT.

Correm por fora

Nomes como os dos ministros Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) correm por fora. Ambos são filiados ao PT e têm prestígio no partido e em suas regiões, mas carecem de projeção nacional e dependeriam de uma atuação de destaque em suas pastas para ganhar esse apoio popular.

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