Argentina é o único país da América Latina chamado para reunião do G7

01 de junho de 2022, 13:40

Alberto Fernández e Olaf Scholz, durante visita oficial do argentino a Berlim (Foto: Reprodução)

O chanceler alemão, Olaf Scholz, oficializou nesta quarta-feira o convite para que o presidente argentino, Alberto Fernández, participe da próxima cúpula do G7 , que acontecerá no fim do mês na Baviera. Fernández será o único líder latino-americano presente no evento, que esnoba pelo terceiro ano consecutivo o Brasil. Caso não seja reeleito, o presidente Jair Bolsonaro deixará a Presidência sem nunca ter participado do encontro .

O convite a Fernández já havia sido confirmado por porta-vozes do governo alemão há cerca de um mês, mas foi oficializado para o Bundestag, o Parlamento do país, nesta semana. Além dos argentinos, foram chamados também África do Sul, Índia, Indonésia e Senegal. O país do Sudeste Asiático ocupa neste momento a Presidência do G20, enquanto os senegaleses têm sua vez na liderança da União Africana.

Não há um critério claro para a escolha dos convidados, decisão que cabe ao país-sede. Esta, contudo, é a primeira cúpula do G7 desde que a ex-chanceler Angela Merkel deixou o poder na Alemanha após 16 anos. Scholz, seu substituto, é do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, e há três semanas recebeu o líder argentino em Berlim, onde discutiram assuntos como o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul e a Guerra na Ucrânia. Fernández foi ainda à França, onde foi recebido pelo presidente Emmanuel Macron.

A convidada mais controversa da cúpula que será realizada em Schloss Elmau, entre os dias 26 e 28, é a Índia. Os alemães sofreram certa pressão para não convidar Nova Délhi, diante da postura do país na guerra na Ucrânia: o governo do premier Narendra Modi adota uma posição de apoio retórico à Rússia, recusando-se a votar contra o Kremlin em organismos internacionais e aumentando significativamente suas importações de petróleo russo, alvo de sanções ocidentais.

Criado em 1975, o Grupo dos Sete reúne sete das principais economias industrializadas do planeta: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia. Se o objetivo inicial era debater questões econômicas, ao longo dos anos o fórum tornou-se um espaço para discussões sobre assuntos globais variados, como segurança e mudanças climáticas.

Até 2014, o grupo incluía também a Rússia, que teve sua participação suspensa após a anexação da Crimeia. Por divergências estratégicas e geopolíticas, a China também não faz parte do G7, apesar de ser a segunda maior economia do planeta.

IG

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