A Bahia é porreta

20 de janeiro de 2022, 17:47

(Foto: Gervásio Lima)

*Por Gervásio Lima

A fama de ‘descansado e sossegado’ do baiano já caiu por terra. A coragem e a luta da população baiana são fatos marcantes e fazem parte do dia a dia daqueles que trabalham arduamente pela sobrevivência. Faça chuva ou faça sol, estão sempre presentes na labuta.

Agora uma coisa não se pode negar, o povo baiano é de nascença muito festeiro. O gingado, o requebrado e a alegria contagiantes estão intrinsecamente ligados à vida e à alma baiana. Com o mesmo vigor do trabalho e da correria cotidiana, sempre que possível o corpo e a mente se entregam e se esbaldam no canto e na dança.

Baianamente falando, o povo baiano além de feliz é retado.

Talvez de todos os brasileiros, os baianos são os que mais têm sofrido com as limitações impostas pela pandemia da Covid. O não poder abraçar, beijar e carinhar como gostariam, angustia, mas não tanto quanto ser tolhido do que mais gostam: dividir e espalhar felicidade do seu jeito único e frenético de ser.

Baiano é uma figura porreta. Amigo, companheiro, parceiro… boa gente. A Bahia vai além do seu sotaque, é um lugar apaixonante, de pessoas acolhedoras e solícitas, sempre à disposição para ajudar. A Bahia é o norte, sul, leste e oeste; é o mar, é o rio, é a mata, a caatinga e o cerrado. A Bahia é o ontem, o hoje e a saudade amanhã.

A baianidade é sinônimo de diversidade, de querer bem e de gostar sem olhar a quem; é viver com intensidade e ter a certeza que poderá realizar o que foi sonhado. Baianidade é alegria, é trabalho, é fé.

Não basta viver na Bahia, é preciso ‘viver a Bahia’, apreciar sem moderação seus atrativos naturais e históricos; conhecer e se deliciar com sua culinária, saboreando do acarajé ao bode assado; da galinha caipira à feijoada, à maniçoba e ao vatapá.

Quero meu umbu, meu caju, minha goiaba e meu araçá, enquanto não chega a laranja, a jaca, o abacaxi, a manga, a uva, o morango e a cajá. Não esquecendo do tamarindo, jenipapo, seriguela, pitanga, acerola, abacate, mamão e o maracujá.

Viva o Senhor do Bonfim, Viva Iemanjá e Oxalá!

*Jornalista e historiador

Boas Festas!

VÍDEOS