Estudante é eliminado de vestibular após universidade não considerá-lo pardo

11 de setembro de 2021, 20:09

O edital determina que sejam analisados como características fenotípicas a cor da pele, a textura do cabelo e o formato do rosto, sobretudo do nariz e dos lábios (Foto: Reprodução)

O estudante Sâmulo Mendonça, de 27 anos, prestou o vestibular para medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e passou em quinto lugar nas vagas destinadas para ações afirmativas, as chamadas cotas. Porém, a universidade considerou que ele não é pardo, e ele acabou eliminado. As informações são do G1.

A Comissão de Heteroidentificação do Instituto considerou no último dia 3 que o estudante não é pardo, embora ele já tenha entrado como cotista pelo mesmo critério para cursar engenharia elétrica, na Universidade Federal do Ceará (UFC).

“É muita injustiça, muita mesmo. Só olhando pra mim, é obvio que você me considera uma pessoa parda. Não entendo os critérios que eles utilizaram, porque lá diz que o critério é o fenótipo”, disse o estudante.

A decisão foi tomada por um colegiado formado por professores da Uece e um membro externo da Universidade, que consideraram que ele não era pardo por não ter características fenotípicas.

Ainda segundo o G1, o edital determina que sejam analisados como características fenotípicas a cor da pele, a textura do cabelo e o formato do rosto, sobretudo do nariz e dos lábios.

A comissão disse que Sâmulo não tem cor da pele correspondente, nem textura dos cabelos e nem fisionomia de uma pessoa parda.

O estudante recebeu contatos de advogados que se propuseram a ajudá-lo, e deram entrada em uma ação na Justiça para garantir sua vaga no curso de medicina.

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