Cidade dos EUA indeniza negros por discriminação histórica

28 de março de 2021, 17:11

Cerca de 16% dos moradores da cidade (foto) são negros (Foto: Reprodução)

A cidade de Evanston, nos arredores de Chicago, tornou-se esta semana o 1º município dos Estados Unidos a pagar indenizações a afro-americanos por discriminação. Para ser elegível, o morador deve provar que é descendente de algum afro-americano que viveu em Evanston de 1919 a 1969 e sofreu discriminação por causa das políticas adotadas no período na cidade.

O município pagará US$ 25 mil (cerca de R$ 142 mil) para cada uma das 16 famílias negras que já entraram no programa. No total, serão US$ 10 milhões (cerca R$ 56 milhões) destinados às indenizações nos próximos 10 anos. Hoje, 16% dos moradores da cidade são negros.

Os fundos para pagar as reparações vêm, principalmente, do imposto (3%) sobre a venda da maconha de uso recreativo, aprovado recentemente no Estado de Illionois.

“Estamos muito ansiosos em ver o 1º benefício direto nacional de alguns dos danos que tivemos que sofrer no passado”, disse Kamm Howard, co-presidente da Coalizão Nacional de Negros para Reparações na América, à CBS News.“Quanto mais iniciativas locais ocorrem, mais impulso há sobre o governo federal para agir.

Segundo Howard, a política habitacional do município e em outras partes do país justifica a adesão de programas de reparação. “Trouxemos especialistas para examinar as condições atuais e justificar uma iniciativa habitacional como uma primeira iniciativa”, disse ele sobre o trabalho de seu grupo no subúrbio ao norte de Chicago.

Uma análise de 2019 feita por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, descobriu que os candidatos negros e latinos a hipotecas pagavam juros mais altos –uma média de quase 0,08%– e taxas de refinanciamento mais pesadas quando comparados aos tomadores de empréstimos brancos.

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