Entenda como deve ser o pagamento da prorrogação do Auxílio Emergencial

01 de julho de 2020, 14:21

A prorrogação do auxílio emergencial, confirmada na tarde desta terça-feira (30/06) pelo governo de Jair Bolsonaro, prevê o pagamento dos R$ 600 por mais dois meses. Porém, não deve entregar esses R$ 600 aos trabalhadores de uma única vez: a ideia do governo é dividir o auxílio ao longo do mês, depositando uma parte dos R$ 600 no início e o restante no fim do mês.

O faseamento das próximas parcelas dos R$ 600 foi ventilado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, é uma forma de fazer com que as duas parcelas extras do auxílio ajudem os trabalhadores ao longo de três meses. “Ficamos com poucos recursos e precisamos estender isso ao máximo”, argumentou.

Esta também é uma forma, contudo, de atender ao desejo do presidente Jair Bolsonaro de fazer uma redução gradativa do auxílio. Bolsonaro vinha defendendo a prorrogação do auxílio com parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300. Porém, decidiu manter o valor mensal do benefício em R$ 600 para não correr o risco de ver o benefício sendo ampliado pelo Congresso Nacional novamente.

“Oficialmente, são mais dois meses de R$ 600. Isso é o que a lei permite. Mas, se nós tivermos a percepção quanto à possível duração um pouco mais extensa ou não dessa crise, podemos pegar os dois pagamentos de R$ 600 e fasear de uma forma que cubra três meses. Estávamos em R$ 600, podemos fazer um pagamento de R$ 500 no início no mês, R$ 100 no final do mês com R$ 300 logo depois. Ou seja, fica uma prestação de R$ 500 no início do mês, outra de R$ 400 logo depois e outra no fim do mês de R$ 300. Acaba cobrindo três meses com R$ 500, R$ 400 e R$ 300”, discursou Guedes, na cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial.

Ou seja, a ideia é pagar R$ 500 no início de julho e R$ 100 no fim de julho. E, depois, pagar R$ 300 no início de agosto, com mais R$ 300 no fim de agosto. Porém, os valores exatos desse faseamento ainda não foram confirmados pelo governo federal.

Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães explicou que a lei determina o pagamento de R$ 600 no mês, mas não impede a divisão desse valor em mais de uma parcela, desde que essas parcelas sejam pagas dentro do mesmo mês. Por isso, o assunto está sendo discutido no governo.

“Serão R$ 600 para a parcela 4 e R$ 600 para a parcela 5. Os R$ 600 serão pagos durante um mês e os outros R$ 600 durante o outro mês. Como será pago? Será pago por depósito na conta digital. Será um depósito só ou dois em um mês? É exatamente isso o que falta para que a gente possa anunciar o cronograma no detalhe”, afirmou.

Guimarães garantiu, contudo, que o cronograma de pagamento da quarta e da quinta parcela deve ser concluído e anunciado nos próximos dias. “Já temos um calendário, já discutimos entre a Cidadania e a Caixa. Só falta a validação do presidente, que entendo que será feita muita rápida”, revelou.

O presidente da Caixa antecipou, por outro lado, que o pagamento do auxílio emergencial continuará nos moldes atuais. Ou seja, primeiro será feito de forma digital nas contas sociais da Caixa e só depois de algum tempo será liberado o saque em espécie e a transferência bancária desse dinheiro.

Guimarães reconheceu ainda que o saque em dinheiro desses recursos devem demorar, já que o saque da terceira parcela ainda nem começou. Mas garantiu que os depósitos digitais serão rápidos e vão permitir que as pessoas paguem suas contas e façam compras pelo aplicativo Caixa Tem.

Ele também informou que, para evitar aglomerações e idas desnecessárias às agências da Caixa, o governo pode fasear o pagamento de cada parcela dos R$ 600 pelo meio digital, mas permitir o saque dos R$ 600 de uma única vez quando chegar a hora dessa retirada presencial.

“Provavelmente, o saque será em um calendário mais compacto que o depósito digital, porque o depósito entra automaticamente na conta digital e é muito fácil de utilizar. Não interessa tanto se entrou X no dia 10 e Y no dia 25, porque você utiliza digitalmente. Já o saque sim”, esclareceu.

Pedro Guimarães avisou também que, apesar dessas discussões, é provável que não haja mudanças no pagamento do Bolsa Família. O faseamento das próximas parcelas deve valer, portanto, só para os demais trabalhadores informais. Afinal, os beneficiários do Bolsa Família têm recebido os R$ 600 no dia tradicional de pagamento do Bolsa.

O presidente da Caixa ainda avisou que os cerca de 65 milhões de brasileiros que já estão recebendo os R$ 600 não precisam se cadastrar novamente para ter acesso às duas parcelas extras do benefício, pois a prorrogação será automática para todos esses trabalhadores.

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