O abraço da PM e do artista no carnaval de Salvador. Uma história de empatia e respeito

27 de fevereiro de 2020, 18:47

(Foto: Reprodução)

Esta história já foi contada por outros meios de comunicação há dois dias. Tomei conhecimento dela por um site de Jacobina, cidade natal do responsável por este BLOG (www.blogdegiorlandolima.com.br) e do policial militar de que trata a matéria. Em tempos de polêmica sobre a presença e atuação da PM no carnaval de Salvador, com destaque para a agressão feita à corporação pelo cantor e deputado Igor Kannário, entendemos que vale a pena replicar o que foi publicado, porque a ocorrência registra um momento de empatia, de valorização do outro, de humanidade que parece estar se perdendo. É um exemplo, de ambas as partes, de que pessoas ainda agem com respeito, seja no carnaval ou no dia a dia, sejam policiais ou foliões.

A história reuniu o sargento Pádua Belém, lotado na 24ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Jacobina, e o artista e pequeno empresário identificado como Lucas. Próximo ao corredor da folia, à altura da Rua Sabino Silva, no Jardim Apipema, em Salvador, na sexta-feira de carnaval, o PM procurou Lucas pedindo ajuda para orientar um turista estrangeiro, já que ele não falava inglês. Os dois conversaram. Um falou sobre o trabalho como policial, a pressão, e o outro sobre sua insegurança diante da polícia, retratada como desrespeitosa com homossexuais, negros e outras minorias. Foi quando o sargento Pádua lhe pediu um abraço, numa demonstração de simpatia e empatia.

Lucas fez questão de contar esse episódio em seu Instagram (@levandoavidanarte), que tem 2.416 seguidores. A postagem, que foi comentada rendeu 6.080 curtidas e centenas de comentários até o meio da tarde desta quinta-feira (27). O assunto repercutiu e foi reproduzido até pelas redes sociais a PM baiana. E é uma história que vale a pena continuar contando.

“Diário de bordo, Carnaval de Salvador, Ondina, 2020 – Esse abraço aconteceu depois dele pedir uma ajuda (precisava orientar um gringo e não fala inglês) naturalmente começamos uma conversa, ele falou sobre o peso da farda, sobre sua luta em ser honesto e bom em meio a tanta pressão. Eu falei sobre meus medos, sobre não me sentir seguro com a polícia, sobre homofobia e desrespeito, ele tirou o capacete, me pediu esse abraço e prometeu não deixar nenhum mal acontecer à sociedade gay ou qualquer indivíduo próximo, enquanto tiver presente. Pádua, é a primeira vez que olhei nos olhos de um policial, a primeira vez que acreditei nessa representação de segurança. Por um mundo maior, igual esse cara”.

Ontem, o sargente Pádua publicou um comentário na postagem de Lucas, em que diz que este foi o melhor carnaval da vida dele, graças ao acontecimento registrado pelo artista. Ele fala que a família esta emocionada com o que aconteceu e ressalta que a corporação militar da Bahia tem excelentes profissionais, que honram a farda. “Como todas as profissões tem os bons e ruins e na PM tenham a certeza que o bom é a maioria em seu efetivo”. Pádua Belém agradece a Lucas e amigos pelo tratament. “Agradecer a vocês, Lorena, Lucas e Desirée, por dar-me atenção, afeto,respeito. Esse foi um melhor carnaval para a minha pessoa por esse acontecimento de bênçãos”. j a postagem dele:

“Sou o Sargento Pádua, trabalho e resido em Jacobina. Venho através desse meio de comunicação agradecer em primeiro lugar à Deus por permitir um encontro tão abençoado no meu primeiro dia de serviço no carnaval em Salvador, colocou três anjos bons em minha vida (Lorena, Lucas, Desirée). Hoje ao digitar percebo que em meio a tudo isso o gringo foi também usado por Deus para nos aproximarmos e que eu pudesse puxar uma boa conversa com vcs. Se nada disso tivesse acontecido (o gringo perdidão na Rua Professor Sabino Silva), vcs iriam passar por nós PMs como todos os outros foliões, ou seja não iríamos nos conhecermos e como tudo tem um significado esse foi o significado de nascer uma amizade de respeito e admiração mútua. Como todas as profissões tem os bons e ruins, na PM tenham a certeza que o bom é a maioria em seu efetivo. Temos excelentes profissionais e que honram a farda dignamente. Agradecer a vcs Lorena, Lucas e Desirée por dar-me atenção, afeto, respeito. Esse foi um melhor carnaval para a minha pessoa por esse acontecimento de bênçãos. Meus familiares estão emocionados com tudo isso, é gratificante demais. Como sempre comento que estamos nesse mundo de passagem e Deus nos abençoa nos dando o dia como presente para fazermos a diferença quando a oportunidade aparece. Que o mundo tenha mais Lorenas, mais Lucas e mais Desirées. Sei que um abraço transforma, mas sinceramente não sabia que seria tão transformador assim. E que não nos falte a esperança de dias melhores.
Sgt PM Pádua – orgulho de ser PM.”

O episódio foi contado também na página da Polícia Militar da Bahia no Facebook. A postagem da PM ressalta o valor do trabalho do policial e que todos são humanos: “Encontros que celebram a profundidade da condição humana são cruciais para nos entendermos, para quebrar preconceitos e paradigmas. Todo policial militar é um ser humano, que tem como missão cuidar dos demais seres humanos. É difícil, complexo e desafiador. Mas não desistimos. – PMBA”.

Retirado do Blog de Giorlando Lima 

https://blogdegiorlandolima.com/2020/02/27/o-abraco-do-pm-e-do-artista-no-carnaval-de-salvador-uma-historia-de-empatia-e-respeito/

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