171 é o artigo da vez

06 de maio de 2021, 21:18

(Foto: Reprodução)

*Por Gervásio Lima

Na gíria, uma “pessoa 171” é vista como alguém aproveitador, capaz de trair e enganar apenas para alcançar seus objetivos, sem se importar com as outras pessoas. No Código Penal, o Artigo 171 define como crime “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

No dia a dia, em qualquer situação, seja no ambiente de trabalho, nas relações comerciais e principalmente na área política, é comum conhecer pessoas que buscam enganar alguém para tirar vantagens, principalmente no que se refere a dinheiro ou a posição social. Uma disputa de poder desenfreada, sem nenhum pudor ideológico, moral, familiar ou até mesmo religioso; neste último caso com o agravante de colocar Deus, o ente infinito e mais respeitado por cristãos e até mesmo por descrentes, como pano de fundo para justificar ou acobertar seus crimes.

A ganância é uma das principais características do estelionatário, um sentimento humano que difere de ambição. Segundo a literatura, o “homem ganancioso é um sujeito movido pelo poder e pela insanidade do ter tudo por vias que extrapola e ofusca o brilho da razão. Seu pensar canaliza todas as energias focando a qualquer preço ter a multiplicação de seus quase inexistentes bens, em patrimônios bilionários, através do sacrifício da sociedade”. Já o ambicioso é aquele que tem vontade e busca a todo custo alcançar certo objetivo, o indivíduo que demonstra cobiça. Ou seja, se trocar um pelo outro é, como diz o ditado, ‘trocar seis por meia dúzia’.

Nos momentos mais difíceis e carentes, quando a fragilidade emocional está mais aparente do que qualquer força espiritual, os denominados ‘santos das causas impossíveis’ aparecem, oferecendo uma gama de sugestões resolutivas e muitas vezes vantajosas com o objetivo de ludibriar suas vítimas e deixar um rastro de prejuízo financeiro e psicológico. Na verdade não passam de “lobos em pele de cordeiros”. Escondem as suas verdadeiras índoles maldosas, se passando por educadas, empáticas e até amigas. Fingem ajudar as pessoas ao seu redor,mas na realidade são más, perversas, egoístas e desonestas.

No Novo Testamento, uma parábola atribuída a Jesus Cristo, alerta: “Cuidado com os falsos profetas. Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os conhecerão pelos que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos”. (Mateus 7:15-16). Nesta parábola, Jesus chama a atenção dos fiéis para uma das piores condições do ser humano: a falsidade.

Qualquer semelhança é pura coincidência.

*Jornalista e historiador

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