Volkswagen vai indenizar funcionários vítimas da ditadura no Brasil, diz mídia alemã

23 de setembro de 2020, 16:12

A reportagem da mídia alemã disse que a subsidiária brasileira da Volkswagen pagaria uma grande parte da compensação a uma associação de ex-funcionários e seus dependentes sobreviventes (Foto: Reuters)

A Volkswagen vai pagar cerca de 36 milhões de reais em indenizações a mais de 60 ex-funcionários perseguidos durante a ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985, informou a mídia alemã nesta quarta-feira.

A montadora deve assinar o acordo em São Paulo na quinta-feira, de acordo com reportagem das emissoras alemãs NDR, SWR e do jornal Sueddeutsche Zeitung. A Volkswagen não estava imediatamente disponível para comentar.

Uma comissão nomeada pelo governo que investiga abusos durante a ditadura no Brasil encontrou evidências de que empresas como a Volkswagen secretamente ajudaram os militares a identificar suspeitos “subversivos” e ativistas sindicais em suas folhas de pagamento.

Muitos dos trabalhadores foram demitidos, detidos ou assediados pela polícia e não conseguiram encontrar novos empregos durante anos, segundo uma investigação da Reuters de 2014.

A reportagem da mídia alemã disse que a subsidiária brasileira da Volkswagen pagaria uma grande parte da compensação a uma associação de ex-funcionários e seus dependentes sobreviventes.

O historiador Christopher Kopper da Universidade de Bielefeld, que foi contratado pela montadora alemã para examinar o caso, disse que o acordo de quinta-feira será histórico.

“Seria a primeira vez que uma empresa alemã aceitaria a responsabilidade por violações de direitos humanos contra seus próprios trabalhadores por eventos que aconteceram após o fim do nazismo”, disse ele aos veículos NDR, SWR e SZ.

(Por Emma Thomasson)

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