Todos os cavalos selvagens estão extintos, segundo estudo

23 de fevereiro de 2018, 11:47

Cavalos-de-przewalski, em 22 de janeiro de 2016 em uma zona de exclusão em Chernobil, Ucrânia (Foto: © Fornecido por AFP)

Todos os cavalos selvagens nativos do mundo foram extintos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira que redefiniu a árvore genealógica dos equinos com base em uma nova análise de DNA de seus ancestrais.

Os cavalos-de-przewalski, considerada a única raça selvagem que não foi extinta, eram na verdade animais domesticados que escaparam de seus donos, segundo o estudo publicado na revista Science.

“Foi uma grande surpresa”, disse a coautora do estudo Sandra Olsen, curadora encarregada da divisão de arqueologia do Instituto de Biodiversidade e Museu de História Natural da Universidade do Kansas.

“Isto significa que não há cavalos selvagens vivos na Terra, essa é a parte triste”, acrescentou.

O estudo se baseou em trabalhos arqueológicos realizados em dois sítios do norte do Cazaquistão, chamados Botai e Krasnyi Yar, onde cientistas encontraram a prova mais antiga de domesticação de cavalos, há mais de 5.000 anos.

Os pesquisadores sequenciaram os genomas de 20 cavalos de Botai – a partir de dentes e ossos desenterrados desses sítios – e 22 cavalos da Eurásia.

Depois compararam os genomas desses antigos cavalos com genomas já publicados de 18 cavalos antigos e 28 modernos.

Os resultados indicaram que a raça Przewalski descende dos primeiros cavalos domesticados conhecidos, criados pelos habitantes de Botai, no norte do Cazaquistão, há cerca de 5.500 anos.

“Certamente é surpreendente ver que os cavalos-de-przewalski são descendência desses primeiros cavalos domesticados, já que isto não é o que as pessoas tendem a acreditar”, disse Beth Shapiro, professora de ecologia e biologia evolutiva da Universidade da Califórnia, Santa Cruz.

As descobertas são “muito interessantes”, comentou.

Os cavalos-de-przewalski, descobertos na Mongólia em 1879, são considerados uma espécie em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Estes equinos de ventre redondo, cor marrom avermelhado a bege e patas curtas, viviam na Ásia Central, Europa e China em tempos pré-históricos.

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