Por que a gente teima em limpar o ouvido? Conheça os perigos desse hábito

22 de agosto de 2019, 12:43

(Foto: Reprodução)

Deixe a cera quietinha no lugar dela e limpe só as orelhas! Caso contrário, você pode se machucar seriamente – 

Os médicos são categóricos: limpar os ouvidos é um erro! Sabe aquela cera amarela que insistimos em tirar depois do banho – e ficamos aliviadas quando ela sai no cotonete? Pois ela precisa ficar lá dentro e o cotonete não deve chegar até ali.

“A cera é uma proteção natural dos ouvidos, tem propriedades antifúngicas e antibacterianas, além de proteger da água. Então, não deve ser removida. O excesso sai naturalmente e você retira com uma toalha, externamente, até onde o dedo consegue alcançar”, explica o otorrinolaringologista Marcio Freitas.

Para além desse limite, você corre o risco de provocar lesões. “Pode haver perfuração da membrana timpânica, lesão dos ossinhos do ouvido e até surdez“, afirma Marcio. Segundo o médico, muitos problemas acontecem por causa da introdução de objetos que vão de hastes flexíveis a grampos nas tentativas de remover a cera.

E não pingue nada – seja óleo de amêndoa ou medicamento – sem recomendação médica, sob o risco de complicar o quadro.  “A cera amolecida pode ocluir totalmente o conduto e você precisará procurar um médico”, alerta Fabrízio Romano, otorrinolaringologista, coordenador de otorrinolaringologia do Sabará Hospital Infantil.

O jeito certo de limpar a orelha

Atenção: limpar a orelha externa e não o ouvido! E vamos deixar claro que a orelha é a parte de fora e o buraquinho somente até onde o dedo consegue chegar. Lá pra dentro é o canal auditivo, onde não se deve introduzir nadinha, nem um cotonete.

“Lave apenas a parte externa, com água e sabão durante o banho, e enxugue bem com a toalha”, orienta o dr. Fabrízio.

E o cotonete?

“Nunca passe dentro dos condutos auditivos. O cotonete até pode ser usado para limpar/enxugar o pavilhão auricular (orelha), mas não é necessário”, atesta o especialista do Sabará.

Casos especiais

  • Otite externa frequente: o médico pode recomendar o uso de secador de cabelo e até álcool para garantir que não haja umidade no canal. Porém, só um especialista pode avaliar o caso e indicar esses recursos.
  • Produção de cera em excesso: o acúmulo pode causar entupimento do canal, dificultando a audição, e até infecções. Se isso acontecer, não tente remover a cera sozinha nem pingue nenhum tipo de óleo ou produto. Procure um médico.
  • Natação: se quiser barrar a entrada de água, use tampões específicos para o esporte. “Após sair da piscina, enxugue as orelhas usando uma toalha, pendendo a cabeça para o lado para que a água saia do conduto”, ensina o dr. Marcio.

E se você sentir qualquer incômodo, coceiras frequentes ou tiver dúvidas em relação à produção de cera, consulte um otorrinolaringologista.

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