Parabéns Jacobina pelos seus 298 anos de fundação!

28 de julho de 2020, 12:59

(Foto: Notícia Limpa)

*Por Gervásio Lima  –  A sabedoria popular costuma dizer que ‘quando Jacobina nasceu não existia cartório’, justificando a equivocada idade atribuída ao município, que conforme os registros dados como oficiais sua elevação à categoria de cidade se deu em 28 de julho de 1880; sendo que outras aglomerações urbanas bi-centenárias, antes de se tornarem independentes administrativamente pertenciam a Jacobina. Para historiadores, a fundação do município se deu há 298 anos, em 24 de junho de 1722, ou seja, tanto o mês e a idade da cidade não estariam corretos.

Neste momento a idade não seria prioridade na discussão. Lembrar que o município existe com os mais diversos tipos de homenagens, declarações amorosas e sentimentos de pertencimentos bairristas não vão contribuir positivamente para que sua população descubra que assim como a sua data de aniversário, muita coisa precisa mudar e principalmente acontecer. Qual é a cidade que temos, qual a cidade que estão nos oferecendo, qual a cidade que queremos e efetivamente merecemos? Qual o papel da sociedade e dos representantes políticos? Uma série de perguntas ainda carece de respostas reais.

Enganam-se os que acreditam que ‘quem vive de passado é museu’. Um município que já figurou entre as dez maiores economias da Bahia, sendo reconhecido como um dos maiores centros comerciais e tido como referência no oferecimento dos mais diversos tipos serviços do Estado, passar de coadjuvante para figurante é um tanto intrigante, para não dizer preocupante, decepcionante e outros ‘antes’…

Quem gosta de verdade cuida. Exaltar suas qualidades naturais, sua riqueza mineral e a sua diversidade cultural sem um plano de ação concreto e com disponibilização coletiva, onde a população possa participar e ser contemplada com os resultados, não irá existir motivos para se comemorar. É preciso ousar e investir em políticas públicas responsáveis. Ao contrário do passado, quando não se discutiu alternativas de enfrentamento de crises e de desenvolvimento, o momento é de reflexão, correção de erros e busca de acertos.

Jacobina tem perdido ao longo dos anos seu protagonismo. Se faz necessário olhar para trás sim, apagar o que não foi bom, aproveitar o que deu certo e numa espécie de ‘jurisprudência’, passar a por em prática os acertos para reorganizar.

O município não é mais uma criança, fácil de ser enganada. Sua história deve ser respeitada e seus filhos biológicos, adotados e enteados precisam se envolver e serem envolvidos no processo de resgate, da pluralidade e da construção de políticas públicas.

*Jornalista e historiador

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