Dicionário digital escolhe ‘existencial’ como palavra de 2019

31 de dezembro de 2019, 10:30

A palavra ganhou notoriedade nas pesquisas do dicionário após algumas tragédias nos Estados Unidos (Foto: Reprodução)

Em meio a crises pessoais e democráticas, o dicionário digital americano Dictionary.com definiu "existencial" como a palavra de 2019. Segundo o site norte-americano ABC News, a palavra ganhou notoriedade nas pesquisas do dicionário após os incêndios florestais que aconteceram nos Estados Unidos e o furacão Dorian, nas Bahamas, além dos tiroteios em Christchurch, na Nova Zelândia, e El Paso, no Texas. Também foi uma palavra presente na política e na cultura pop -o personagem "Garfinho" de "Toy Story 4" foi um dos que mais promoveu o termo, uma vez que, no início do filme, está convencido de que é "lixo", mas depois assume que seu destino é ser um brinquedo. "Começamos a ver existencialismo no diálogo a partir de janeiro, e durante todo o ano", disse Jennifer Steeves-Kiss, diretora executiva do Dictionary.com. "Esse é um tema consistente que vimos em nossos dados, mas que também foi aproveitado em várias questões importantes da nossa época". A palavra "existencial" existe desde 1685, e é definida pelo dicionário como "relacionado à existência" ou "característica do existencialismo filosófico; preocupação com a natureza da existência humana, conforme determinada pelas escolhas feitas livremente pelo indivíduo. "

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Queniano vence São Silvestre com ultrapassagem nos últimos segundos

31 de dezembro de 2019, 10:22

Kibiwott Kandie foi o campeão da São Silvestre de 2019 (Foto: Reprodução)

Oqueniano Kibiwott Kandie foi o campeão da São Silvestre de 2019. Ele ultrapassou, nos últimos segundos, o ugandense Jacob Kiplimo, que vinha dominando a prova. Os dois cruzaram a faixa com os corpos quase colados um ao outro, definindo os dois primeiros lugares da corrida aos 42 minutos e 59 segundos. O terceiro lugar ficou para Titus Ekiru, também queniano, que neste ano venceu a Maratona de Milão e a Meia de Lisboa. Ele chegou 55 segundos após o primeiro colocado. A queniana Brigid Kosgei confirmou o favoritismo e foi a primeira do pelotão de elite feminino a cruzar a linha de chegada da corrida de São Silvestre, na Avenida Paulista. Recordista da Maratona de Chicago, a atleta fez na manhã de hoje (31) a sua estreia na 95ª edição da corrida que ocorre anualmente nas ruas da cidade de São Paulo, completando o trajeto de 15 quilômetros em 48 minutos e 54 segundos. O segundo lugar da prova também foi ocupado por uma queniana, Sheila Shelangat. A terceira posição no pódio feminino ficou comTisadk Nigus, da Etiópia. Além dos competidores profissionais, uma multidão de anônimos percorreu o trajeto sob o sol forte e céu limpo desta manhã. O número de inscritos chegou a 35 mil, incluindo pessoas de diversas partes do país, como anunciavam as faixas levadas por muitos corredores com nomes de cidades como Rio das Ostras (RJ), Itajai (SC) e Assis Chateubriand (PR). Carregando balões com os numerais do ano de 2020, o grupo de amigos de Jesus Rodrigues, veio de Rubiataba, em Goiás. Segundo o professor, de 39 anos, a intenção é “iniciar o ano com o pé direito, correndo”. Pela primeira vez na São Silvestre, ele disse que já participou de outras provas regionais. “Eu sempre corro na minha cidade e participo das competições no meu estado.” No mesmo grupo de oito pessoas do professor, está a bancária Beatriz Arriel, que comemora a recuperação de um problema no joelho. “Eu tive uma pequena lesão e o próprio médico que me tratou disse que queria me ver na São Silvestre. Hoje eu estou aqui, livre da lesão”. Com 75 anos e um banjo debaixo do braço, Dempsez Lima Filho participou hoje pela 22ª vez da prova. “É a felicidade de vir aqui e encontrar os meus netos que cuidam de mim na corrida”, definiu sobre o sentimento de participar da prova. Com informações da Agência Brasil

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Mensagem de Arnaldinho de Caém

30 de dezembro de 2019, 18:36

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Peguei carne para alimentar a família, diz homem torturado em mercado

30 de dezembro de 2019, 15:14

Supermercado Ricoy, na zona sul de SP: caso aconteceu em março de 2018, mas só veio à tona em setembro deste ano, depois que os vídeos foram divulgados pelos próprios agressores (Foto: Reprodução)

O homem torturado por seguranças de um supermercado na Zona Sul de São Paulo disse que furtou um quilo de carne para alimentar a família. Pai de quatro filhos, ele contou ao G1 que pensou em se matar ao ver as imagens da tortura na televisão. O caso aconteceu em março de 2018, mas só veio à tona em setembro deste ano, depois que os vídeos foram divulgados pelos próprios agressores. Nas imagens, o homem de 38 anos aparece amarrado e amordaçado, enquanto levava choques e vassouradas. “Aquele dia eu saí de casa desesperado. Aí, fui tentar pegar uma carne, alimentar minha família. Aí foi que aconteceu lá dentro daquele hipermercado”, lembra ele, ao comentar pela primeira vez sobre o ocorrido. “Estava desempregado, estava passando muita dificuldade. Fui despejado da casa onde eu morava de aluguel.”   Segundo ele, a tortura durou cerca de seis horas. Os agressores deram choques elétricos com um taser e golpes com um cabo de vassoura. “Aquilo lá que eles têm na gravação deles é pouco. Ninguém sabe o que passei lá. Falaram que iriam me matar”, conta. “Entrei lá era meio dia e meia, saí de lá já estava escuro. Saí desnorteado.” Segundo ele, a tortura deixou sequelas físicas e psicológicas. Ele diz que passou a mancar e ficou com cicatrizes e pesadelos frequentes: “Não estou conseguindo dormir.” O homem disse reconhecer que cometeu um erro, mas acha que a tortura foi mais grave que sua tentativa de furto. Ele pede punição aos cinco empregados identificados pela tortura. “Queria me matar (ao ver o vídeo). O deboche. Aí todo mundo me viu. Não consegui arrumar emprego, não consigo nada”, afirma o homem torturado pelos funcionários. Dois agressores estão presos preventivamente e outros três respondem em liberdade. Todos serão julgados por tortura. A vítima não responderá por furto. “Quero retomar minha vida de novo, ter uma oportunidade, esquecer o que passou. Todo mundo erra. Só quero arrumar um emprego e batalhar do lado dos meus filhos e da minha esposa”, afirma. Na entrevista, o homem de 38 anos conta que foi abordado por funcionários e seguranças do supermercado Extra logo depois de furtar o quilo de carne. “Aí foi quando os seguranças me pegaram. Me levaram para uma sala, e foi na hora que eles começaram a me torturar”, lembra. Segundo o G1, o advogado da vítima deve entrar com uma ação judicial na esfera cível pedindo indenização por danos morais e materiais contra o supermercado e a G8, empresa para a qual os seguranças enviados ao Extra prestavam serviço. O Extra informou, por sua assessoria de imprensa, que está à disposição para conversar com o advogado da vítima. Já a empresa que contratou os seguranças disse que “os fatos estão sendo apurados” e que uma “eventual discussão quanto à indenização ficará à cargo da Justiça”. Segundo o G1, o homem já tinha sido pego por empregados porque estava furtando em ocasiões anteriores, entre 2009 e 2015, no próprio Extra, e também no supermercado Carrefour.

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Em 24 Estados, juízes ganham mais de um salário mínimo de vale-refeição

30 de dezembro de 2019, 15:08

Magistrados baianos recebem R$ 1,1 mil; em Pernambuco, valor chega a quase R$ 5 mil (Foto: reprodução)

Juízes de 24 Estados recebem por mês mais de R$ 1 mil de vale-refeição. Em Pernambuco,  o valor chega a R$ 4.787 – o equivalente a 4,8 vezes o salário mínimo em vigor (R$ 998) e mais que o dobro da renda média mensal dos trabalhadores brasileiros, que é de R$ 2.317 mensais. Os juízes estaduais podem gastar em restaurantes, à custa dos cofres públicos, um valor que muitas famílias precisam esticar, e muito, para cobrir as despesas do mês. Só entre os beneficiários do INSS, 23,7 milhões recebem até um salário mínimo por mês (67,1% do total). O salário médio dos magistrados estaduais é de R$ 43.437, bem acima do teto de R$ 35.462. Isso ocorre porque o valor inclui diversos penduricalhos, como vale-refeição, auxílio-moradia, auxílio pré-escolar e auxílio-natalidade.  Os valores e os critérios desses auxílios podem variar em cada Estado. Por serem verbas indenizatórias, elas são isentas de qualquer tributo, incluindo contribuição previdenciária e Imposto de Renda. Crítico contumaz desses penduricalhos, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (ST), afirma que o teto constitucional se tornou “piso”. “Todo esse quadro de desorganização exige uma disciplina nacional. Isso é mais uma forma de furar o teto”, disse. Apenas três Estados pagam auxílio-alimentação até o valor vigente para o Judiciário federal, que é de R$ 910 mensais: Maranhão, Paraná e Rio Grande do Sul. As cifras são maiores do que o Executivo da União paga a seus funcionários em vale-refeição (R$ 458 mensais). O problema dos auxílios é que, embora seja necessário aprovar uma lei para criá-los, seu valor é decidido de forma administrativa, muitas vezes pelos próprios beneficiários. O orçamento do Judiciário estadual, por sua vez, é blindado de qualquer crise: mesmo que haja frustração na arrecadação, o governador é obrigado a repassar a verba, livre de qualquer corte ou bloqueio, para não caracterizar interferência em outro Poder. Relator de uma proposta que regulamenta esses benefícios, o deputado Rubens Bueno (CDD-PR) afirma que o valor do auxílio-alimentação dos juízes é um “escândalo”. “Os juízes perderam a compostura e esqueceram o que significa uma nação. Deveriam fazer a lei valer para todos, mas burlam a norma para obter benefícios próprios”, diz. O governo sinalizou que pretende enviar uma proposta de reforma administrativa ao Congresso em fevereiro, de acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Este mês, Maia disse que “não dá mais para segurar” o debate sobre a regulamentação dos pagamentos acima do teto e sobre as férias de 60 dias dos juízes. 

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Saiba o que é necessário para proteger os filhos de golpes e assédios na internet

29 de dezembro de 2019, 06:54

Converse sobre o perigo de adicionar e falar com estranhos (Foto: Reprodução)

  Sim, é impossível manter os filhos longe da internet. Então, fica o desafio: acompanhar crianças e jovens a utilizar de forma positiva essa ferramenta de aprendizado, interação e lazer.  Além de, claro, mantê-los longe de possíveis riscos, como golpes e assédios. A psicopedagoga e uma das fundadoras do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites, aponta dez caminhos para você orientar seu filho e ficar atenta aos riscos que ele pode passar! CUIDADO COM A EXPOSIÇÃO EXCESSIVA  É comum, nas redes sociais, as pessoas postarem a localização, falarem sobre a sua rotina e exibirem fotos com uniformes escolares. Peça ao seu filho para evitar esse tipo de conteúdo. Além de se proteger, ele aprenderá que estranhos não precisam saber onde estão nem conhecer a rotina dele ou onde estuda. NADA DE COMPUTADOR NO QUARTO Principalmente no caso das crianças, o acesso ao mundo virtual deve ser feito de uma ferramenta localizada em um espaço comum da casa, como a sala. Assim, você pode observar qual conteúdo ele consome. DESCONHECIDOS NUNCA! Converse sobre o perigo de adicionar e falar com estranhos. Afinal, nunca se sabe quem está do outro lado. Pode, inclusive, ser um abusador. Argumente com exemplos de casos exibidos em novelas ou séries ou episódios reais divulgados pela mídia. Esse bate-papo é necessário para que a criança ou o jovem sinta confiança e construa uma relação bastante transparente com os pais, sem medo de retaliação. OLHO VIVO NO COMPORTAMENTO Se seu filho minimiza as abas do computador ou fecha o notebook rapidamente quando se aproximam, ligue o sinal de alerta. Converse com ele e busque uma relação de confiança sempre. IH, É FAKE NEWS! Nem todas as informações que lemos na internet são verdadeiras. Por isso, explique sobre as notícias falsas que circulam por aí e a importância de buscar sites confiáveis. E o aconselhe a não repassar informações mentirosas a outras pessoas. SENHAS COMPARTILHADAS, SIM! Muitos adolescentes podem não gostar dessa medida, mas ela é necessária, pois é uma forma de protegê-los. Explique isso a eles. ESTABELEÇA HORÁRIOS Colocar limites impede que eles fiquem viciados e passem mais tempo no mundo virtual. E sugira que tenham outras atividades e rotina para estudar.  CONTROLE A VIDA VIRTUALConheça as redes que ele frequenta e tem contas, e quanto tempo passa na frente do computador. E peça que ele utilize senhas diferentes em cada uma delas, inclusive e-mails e redes sociais. E, claro, dê aquela olhadinha no histórico do computador para saber quais páginas foram acessadas. INSTALE ANTIVÍRUS E FILTROS A medida evita acesso a conteúdos inadequados para determinadas idades. O EXEMPLO É VOCÊNão adianta falar para os filhos saírem do celular  se você, responsável por eles, não sai. Chame-os para outras atividades e lembre-se: você é espelho para eles. QUE COMPORTAMENTO É ESSE?A psicóloga Daniela Generoso aponta as condutas suspeitas que, aparentemente sem explicação, seu filho pode assumir caso enfrente problemas no universo virtual:  Falta de concentração. Desinteresse por aquilo que mais gostava de fazer.  Medo sem explicação. Ficar assustado quando receber uma mensagem no celular. Não querer acessar redes sociais como de costume. 

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Cortes em direitos dos servidores públicos devem avançar no início de 2020

29 de dezembro de 2019, 06:36

Esplanada dos Ministérios (Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Já afetados pela reforma da Previdência da União, os servidores públicos se organizam para barrar outras iniciativas do governo de cortar os chamados privilégios da categoria. Propostas nesse sentido, que contam com apoio de boa parte dos líderes partidários no Congresso, devem avançar logo no início de 2020.  A principal delas é a reforma administrativa, que tem sido elaborada pelo Ministério da Economia nos últimos meses, com o objetivo de mudar as estruturas do funcionalismo público. Ela coloca em risco a estabilidade de novos servidores e as remunerações iniciais, que, em geral, são mais altas do que de quem exerce funções semelhantes na iniciativa privada.  O projeto vai regulamentar as avaliações de desempenho e possíveis demissões pelos resultados ruins. A ideia é propor avaliações mais exigentes, não apenas de protocolo, como acontece em alguns órgãos atualmente. O governo também sinaliza que vai rever os benefícios, como o sistema de licenças e as gratificações pagas à categoria.  Além disso, se o projeto for aprovado pelo Congresso, o servidor poderá não ser efetivado após os dois primeiros anos de trabalho. O processo será uma espécie de “trainee”, e haverá disputa pela vaga. Hoje, já não há estabilidade nos dois primeiros anos, mas, em geral, todos são efetivados depois.  O projeto também prevê progressões mais lentas de carreira, além dos salários menores de entrada. Significa que o servidor levará mais anos para atingir o teto salarial. Uma das bases de argumentação de quem defende a proposta é um estudo do Banco Mundial, que mostra que servidor federal, no Brasil, ganha quase o dobro do trabalhador da iniciativa privada. Embora ainda não tenha sido formalmente apresentada, a matéria está na lista de prioridades para 2020, tanto do governo quanto do Legislativo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito que a ideia é aprová-la no primeiro semestre do ano. O objetivo, segundo ele, é melhorar a qualidade do serviço público, ao garantir "o mínimo de meritocracia". Emergência fiscal Enquanto a reforma administrativa é elaborada pelo Ministério da Economia, já tramita no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/2019, conhecida como PEC emergencial. O projeto lista uma série de ajustes que poderão ser feitos no serviço público para conter rombos fiscais, como cortes salariais, de jornada de trabalho, de progressões na carreira e de bônus e gratificações. Enquanto a reforma só valerá para quem passar em concurso a partir da aprovação do texto, essa atingirá todos os servidores, inclusive os que já estão na ativa. Um dos dispositivos mais polêmicos previstos na PEC é a possibilidade de redução de até 25% dos salários, acompanhado de diminuição proporcional da jornada de trabalho.  O Congresso deve ao menos flexibilizar essa regra, que poderá ser usada tanto pelo governo federal quanto pelos estaduais e municipais. O relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), sugeriu que ela atinja apenas quem recebe mais do que três salários mínimos, o equivalente a R$ 3.093 no ano que vem. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo colegiado. O governo colocou no texto, e o relator manteve, a possibilidade de proibição de concessão de vantagens, de aumentos, de reajustes de salários, de promoções e de progressões de carreira. Além disso, fica vedada a contratação de novos servidores em casos de emergência fiscal. A regra não se aplicará a médicos de saúde primária, exceção  incluída no parecer.  Os dispositivos só poderão ser adotados quando o rombo nas contas públicas acender o sinal de alerta. No caso do governo federal, quando for descumprida a regra de ouro, norma que proíbe endividamento para pagar despesas correntes, como salários e benefícios a servidores. No caso de estados, municípios e Distrito Federal, quando esses gastos ultrapassarem 95% da receita corrente nos últimos 12 meses.  Juízes Rodrigo Maia também quer começar a discutir os privilégios de juízes. Em café da manhã com jornalistas, em 19 de dezembro, ele afirmou que  não conseguirá mais “segurar” projetos de parlamentares que buscam limitar os gastos do Judiciário. “Esse conflito vai acabar aparecendo no próximo ano” disse.  Na avaliação do presidente da Câmara, é preciso começar o debate sobre os salários acima do teto constitucional e sobre os 60 dias de férias da categoria. "Isso custa para o Estado, em média, sete anos de serviço. Não que você vá impor isso ao outro Poder, porque eles vão derrubar, mas chamá-los para o debate", defende. Todas as propostas mencionadas na reportagem podem ser alteradas pelo Congresso.  Previdência  Fora do Congresso Nacional, os servidores estaduais e municipais, que não foram incluídos na reforma da Previdência aprovada em outubro, começam a encarar novas regras adotadas pelos governos locais. A Portaria 1.348, editada pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, estabeleceu o prazo de até 31 de julho para que estados e municípios adequem os sistemas previdenciários ao novo texto constitucional. Até agora, 10 estados já fizeram as próprias reformas. Em geral, elas aumentam a idade mínima para aposentadoria e a alíquota de contribuição. Na maioria dos casos, passará para 14%, mas também há iniciativas para que seja progressiva, como na União. Nesse modelo,  varia de 7,5% a 22%, de acordo com a renda. Quanto maior o salário, maior a alíquota. Em alguns estados, passará a ser cobrada também dos servidores inativos: aposentados e pensionistas.

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Fux mantém afastado presidente do TJ da Bahia e nega soltar 3 presos da Operação Faroeste

29 de dezembro de 2019, 06:24

(Foto: Divulgação/Estadão)

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, manteve neste sábado, 28, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que afastou o desembargador Gersivaldo Nascimento Brito, do Tribunal de Justiça da Bahia, do cargo de presidente do tribunal. Fux também rejeitou soltar três presos suspeitos de atuação no esquema de venda ilegal de sentenças para regularizar terras obtidas por meio de grilagem. O caso é investigado na Operação Faroeste, no STJ. Os pedidos haviam sido apresentados ao Supremo Tribunal Federal pelas defesas de Gesivaldo, presidente afastado do TJ-BA, e de Antônio Roque do Nascimento Neves, secretário judiciário do tribunal, Adailton Maturino dos Santos, que se apresentava como "cônsul" de Guiné-Bissau, e Marcio Duarte Miranda, advogado e genro da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago -- presa em novembro. Nas quatro decisões que assinou neste sábado sobre os pedidos dos suspeitos, Fux apontou que as prisões e o afastamento foram devidamente fundamentados pelo ministro-relator do STJ, Og.Fernandes. Observou também que as investigações ainda estavam em andamento e que é necessário aguardar uma manifestação definitiva do STJ antes de o Supremo se posicionar. © Fornecido por Estadão "Inexiste situação que permita a concessão da ordem pleiteada no plantão judiciário", disse Fux, ao citar ausência de "flagrante ilegalidade ou abuso de poder". O relator original dos habeas corpus é o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Os pedidos foram encaminhados a Fux porque, durante o plantão judicial, o presidente Dias Toffoli, que seria o responsável pelas tomadas de decisões, declarou-se suspeito ou impedido de atuar no caso. Denúncia. Embora ainda não tenham sido concluídas, as investigações da Operação Faroeste já resultaram em uma acusação formal contra quatro desembargadores do TJ-BA, incluindo Gesivaldo Nascimento Britto, e outras 11 pessoas, dentre elas três juízes, por organização criminosa e lavagem de dinheiro. A denúncia da Procuradoria-Geral da República, revelada pelo Estado em 10 de dezembro, apontou lavagem de R$ 517 milhões e requer o perdimento dos valores obtidos. A PGR disse existirem evidências de que a atuação de Gesivaldo Britto e Maria da Graça Osório "foi uma das vias de disseminação da corrupção por meio de vendas de decisões para legitimação de terras no oeste baiano, numa dinâmica operacional que envolve litígio de mais de 800.000 hectares e cifras bilionárias, e que estimulou o ingresso de outros integrantes da Corte de Justiça da Bahia nessa jornada criminosa". Segundo a denúncia, os desembargadores Gesivaldo Britto, José Olegário, Maria da Graça Osório e Maria do Socorro, além dos juízes Sérgio Humberto, Márcio Braga e Marivalda Moutinho, formaram uma organização criminosa junto com os operadores Antônio Roque, Karla Leal, Júlio César e Márcio Duarte. Eles agiram em associação com Adailton Maturino, Geciane Maturino, José Valter e Joílson Gonçalves. Todos esses nomes, exceto Márcio Braga, foram acusados também de lavagem de dinheiro. "Em unidade de desígnios, (os denunciados) montaram e operaram engenharia financeira para lavagem de dinheiro, iniciada em 25 de maio de 2016 e em funcionamento até o presente momento", disse a acusação, assinada pela subprocuradora-geral da República Célia Regina Souza Delgado. Além de Gesivaldo, estão também afastados do TJ-BA os desembargadores José Olegário Monção Caldas e Maria da Graça Osório Pimentel Leal, bem como a juíza de primeira instância Marivalda Almeida Moutinho.

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Seis aparelhos tecnológicos que ‘morreram’ na última década

28 de dezembro de 2019, 08:31

Smartphones se tornaram acessíveis a ponto de praticamente inutilizar telefones fixos. (Foto: Reprodução)

Você lembra quando deixou de usar estes objetos? Vários aparelhos eletrônicos de sucesso nos anos 2000 desapareceram ou foram modificados ao longo dos anos devido ao avanço tecnológico excepcional da última década. A chegada de novos ‘supercomputadores’, as mudanças na forma como fotografamos, filmamos e até ouvimos música e, principalmente, a modernização e democratização dos smartphones foi determinante para esta mudança de comportamentos e responsável pelo desaparecimento de alguns aparelhos. O site TechTudo reuniu um conjunto de aparelhos tecnológicos que passaram de um estrondoso sucesso para uma existência de vendas quase nula. Vamos a eles: 1. Telefone fixo O telefone fixo, que já foi sinônimo de status, hoje se tornou um aparelho de pouco uso no país. Segundo dados da Teleco, coletados na última edição do Censo Demográfico do IBGE, os aparelhos convencionais somam 38,3 milhões de assinaturas. Já o uso de celulares tem um total de 229,2 milhões. Os telefones fixos ainda resistem, pois, em diversas operadoras de banda larga, a telefonia fixa é oferecida praticamente como um brinde, o que faz que os telefones fixos ainda sejam contratados mesmo tendo um uso bem menor em relação a ligações através da internet. 2. Secretária eletrônica As secretárias eletrônicas eram mais comuns em escritórios e estabelecimentos comerciais, já que funcionavam como uma espécie de caixa postal pessoal, gravando os recados de ligações que você não pode ou quis atender. Assim como os equipamentos de telefonia fixa, as secretárias foram sumindo ao mesmo passo que o telefone fixo perdeu a popularidade. Atualmente, são poucos os estabelecimentos que ainda usam o equipamento e, com a praticidade do celular, a secretária eletrônica acabou perdendo sua funcionalidade. Secretária eletrônica era muito popular em escritórios e partições públicas. 3. Pagers Os pagers, que no Brasil também ficaram popularmente conhecidos como “bips”, por conta do nostálgico som de notificações, também caíram no esquecimento nesta última década, muito por conta da complexidade de seu uso. Para enviar uma mensagem, o usuário precisava entrar em contato com um operador, que entrava em contato com o destinatário. A popularização das mensagens via SMS fizeram com que o aparelho fosse "abandonado" no início da década. Motorola era uma das principais fabricantes de pager 4. Câmera digital As câmeras digitais marcaram uma geração durante os anos 2000. Com diversas opções de cores e marcas, os aparelhos fizeram parte de uma época onde tirar selfies no espelho, por exemplo, dava ao usuário destaque na internet. Em 2019, as câmeras digitais perderam espaço para os smartphones. Equipados com câmeras cada vez mais poderosas, os celulares entraram de vez no dia a dia do brasileiro e substituíram o uso das câmeras. Apesar disso, as câmeras digitais ainda resistem no campo profissional de fotografia, que conta com com equipamentos com preço bem elevado e qualidade de imagem premium. Outro setor que também mantém o uso dos equipamentos ativo é o de criadores de conteúdo. Muitos Youtubers gravam seus vídeos com câmeras profissionais. Câmeras digitais eram muito populares antes dos primeiros celulares com câmeras integradas  5. GPS Os equipamentos de GPS se tornaram populares no início dos anos 2000 e eram usados por motoristas que precisavam encontrar rotas mais curtas e mais rápidas para chegar ao seu destino. O aparelho era vendido num formato similar ao de um celular e contava com uma tela de 5 polegadas, onde as direções e condições do trânsito eram exibidas. Modelos de GPS portáteis também tinham seu público, como aventureiros e profissionais que atuavam em áreas mais remotas. Com o passar os anos, os smartphones conseguiram incluir aplicativos que deram fim à era do uso do GPS. Além disso, alguns modelos de carros já saem de fábrica com aparelhos embutidos ao painel de direção. Já para mobilidade, aplicativos como Google Mapa e Waze auxiliam motoristas na hora de escolher o melhor caminho para chegar ao seu destino. GPS eram muito utilizados principalmente no ramo automotivo. 6. DVD / Blu-Ray Player Os aparelhos de reprodução de DVD e Blu-ray estavam presentes em diversos em muitas casas do Brasil no início dos anos 2000. Com o leitor de mídia, o usuário conseguia transformar sua casa num cinema para exibir seus filmes prediletos. Os aparelhos de DVD Player ou mesmo de Blu-Ray Player se tornaram praticamente obsoletos com a chegada de serviços como Netiflix, Amazon Prime Vídeo e outros. E mesmo na indústria dos games, que também sempre fez uso de mídia física, vemos iniciativas como da Microsoft que lançou uma versão de seu console Xbox One, sem o leitor de mídia, funcionando exclusivamente com conteúdo digital por download. Leitores de Blu-Ray não se tornaram tão populares quanto os DVD Players.

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Prefira sempre cenouras cruas a cozidas. Saiba porquê

28 de dezembro de 2019, 08:06

Existem alguns alimentos que não devem ser cozinhados (Foto: Reprodução)

As cenouras são boas para a saúde, e a maioria dos benefícios deste vegetal podem ser atribuídos ao betacaroteno, às fibras e aos antioxidantes. Além disso, a cenoura é rica em vitamina A, vitamina C, vitamina K, vitamina B8, ácido pantotênico, ácido fólico, potássio, ferro, cobre e manganês. Nutrientes não faltam e entre as suas qualidades estão o estimulo ao sistema imunitário, o fortalecimento dos dentes e ossos, a prevenção das infecções urinárias e, claro, o contribuição para uma melhor visão.  Mas a verdade é que, quando cozidas, as cenouras (assim como outros vegetais ricos em vitamina C) perdem cerca de 50% do seu teor de vitamina. Por isso, prefira consumir cruas e, ao cozinhar, evite temperaturas elevadas e minimize o tempo da sua cozedura para não perder suas vitaminas.

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Agricultura libera o registro de mais 36 defensivos agrícolas genéricos

28 de dezembro de 2019, 07:57

Ministério da Agricultura liberou registro de mais 36 agrotóxicos (Foto: Reprodução)

O Ministério da Agricultura aprovou o registro, nesta sexta-feira, de 36 defensivos agrícolas genéricos, conforme consta no Diário Oficial da União (DOU), no ato 91, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária. Destes, 4 são biológicos ou orgânicos. Assim, desde janeiro, o Ministério da Agricultura liberou o registro de 474 agrotóxicos, sendo 94,5% genéricos. A pasta explica em seu site que os defensivos genéricos contêm ingredientes ativos que já estavam presentes em outros produtos existentes no mercado, mas cuja patente expirou. Depois que uma patente expira, "outras empresas podem registrar novos produtos à base do princípio ativo". "O objetivo da aprovação de produtos genéricos é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção", assinala o ministério.   AE

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Igrejas devem mais de 460 milhões de reais ao Governo

27 de dezembro de 2019, 15:15

A Igreja Universal entrou na justiça para não pagar ICMS na importação de pedras na construção do Templo de Salomão (Foto: Demétrio Koch)

Quase meio bilhão de reais – essa é a quantia que entidades religiosas devem à Receita Federal. O levantamento, realizado pela Agência Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), revela que 1.283 organizações religiosas devem R$ 460 milhões ao Governo. Desse total, 23 igrejas possuem dívidas de mais de R$ 1 milhão cada uma. A maior devedora é a neopentecostal Internacional da Graça de Deus. A igreja deve, sozinha, mais de R$ 127 milhões, segundo valores apurados pela Receita em agosto deste ano. Isso é mais de um quarto de todas as dívidas de entidades religiosas com a União. E a dívida da igreja vem aumentando: era de R$ 85,3 milhões em 2018, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. O fundador da Internacional, o missionário Romildo Ribeiro Soares, reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro ao menos duas vezes este ano: em agosto e em novembro. No primeiro dos encontros, estavam presentes o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, e o ministro da Economia. Paulo Guedes. Na data, o presidente defendeu simplificar a prestação de contas de entidades religiosas e disse querer “fazer justiça para os pastores”. Nos dois encontros, o presidente Bolsonaro recebeu também o filho de R. R. Soares, o deputado David Soares (DEM-SP). Fundada em 1980, no Rio de Janeiro, a Internacional da Graça de Deus é uma dissidência da Universal – seu criador, o missionário Romildo Ribeiro Soares, é cunhado de Edir Macedo. Após início modesto no centro da capital fluminense, a igreja se expandiu pela Baixada Fluminense, abriu templos em todo o país e atualmente tem ministérios na Argentina, Peru, Uruguai, Paraguai, Chile, Estados Unidos, México, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Japão e África do Sul. A maior parte da dívida da Internacional é previdenciária, isto é, de valores não pagos pela igreja sobre a folha de pagamento dos seus funcionários, como a contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). E, segundo decisões recentes da Justiça, os próprios pastores da igreja podem ser incluídos nesse grupo de funcionários sobre os quais a Internacional deve impostos. Romildo Ribeiro Soares, conhecido como missionário R.R. Soares, reuniu-se com o presidente Bolsonaro e o secretário da Receita Federal – sua igreja deve mais de R$ 127 milhões à União. Em abril deste ano, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT) reconheceu o vínculo empregatício de um ex-pastor com a igreja. Por unanimidade, o tribunal decidiu que o antigo ministro de confissão religiosa da Internacional deveria ter a carteira de trabalho assinada pela igreja. Ele recebia salário de R$ 2 mil para ministrar cultos, evangelizar em praças e prestar assistência espiritual para a comunidade, entre outras atividades. Na decisão, o tribunal apontou que, além de trabalhar subordinado à direção da igreja, o pastor precisava cumprir metas mensais de arrecadação – sob o risco de ser excluído da organização caso não atingisse os valores. Além de reconhecer o vínculo empregatício ao longo de mais de oito anos de trabalho para a Internacional, a Justiça determinou que a Igreja arque com férias não pagas, 13º salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), horas extras e outros direitos trabalhistas. A ação foi enviada ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) em agosto. A Pública procurou a igreja, que não respondeu até o fechamento da matéria. A segunda entidade religiosa que mais deve à Receita também é evangélica e neopentecostal: a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, outro ex-pastor da Igreja Universal. A Mundial deve mais de R$ 83 milhões à Receita. Desse total, R$ 5,7 milhões são apenas de contribuições não pagas de FGTS pela organização. Já a terceira maior devedora é a católica Sociedade Vicente Pallotti, com sede em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A entidade deve mais de R$ 61 milhões à União, R$ 59 milhões de contribuições previdenciárias. Com dívidas milionárias, arrecadação de igrejas cresceu 40% em dez anos Igrejas e organizações evangélicas são a maioria entre as entidades religiosas que devem à Receita – elas representam mais de 87% do total. Em seguida, vêm grupos católicos, com cerca de 6%. A dívida das entidades evangélicas também é maior: juntas, elas devem mais de R$ 368 milhões, cerca de 80% do total em dívidas. As católicas reúnem cerca de 18% do valor devido. Assim como ocorre com a Igreja Internacional da Graça de Deus, a maior parte das dívidas das entidades religiosas com a Receita é previdenciária: mais de 82% da dívida total das organizações se refere a valores não pagos em relação aos seus funcionários, como a contribuição ao INSS. Isso coloca as igrejas em um padrão diferente das dívidas das empresas não religiosas, nas quais a maior parte dos débitos não é previdenciária, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Apesar das dívidas, a arrecadação das instituições religiosas vem crescendo ano após ano. Segundo dados obtidos pela Pública, também por meio da LAI, a arrecadação dessas entidades bateu R$ 674 milhões em 2018. Em dez anos, a quantidade de dinheiro que as igrejas arrecadaram cresceu cerca de 40%, já corrigida a inflação no período. A principal fonte de renda das entidades religiosas no país tem sido a doação de particulares e transferências governamentais, como, por exemplo, contratos para comunidades terapêuticas e obras de assistência social – segundo o Globo, em 2019 o governo destinou R$ 153,7 milhões a centros terapêuticos religiosos . De acordo com dados da Receita, entre 2006 e 2016 mais da metade de tudo que igrejas arrecadaram veio dessas duas fontes – a Receita não especificou quanto provém de cada origem. Além das doações e contratos com o governo, as entidades religiosas têm ganhado dinheiro com a venda de bens e serviços e aplicações financeiras. A quantidade de entidades registradas na Receita também tem crescido anualmente. Em 2018, o número de instituições religiosas no país passou de 25 mil. Em 2005, não chegavam a 15 mil. Igrejas tentaram anistia de dívida, apesar de já contarem com uma série de imunidades A dívida milionária das entidades religiosas com o governo quase teve um fim em 2017. Na época, a bancada evangélica havia conseguido incluir as igrejas nas organizações que teriam anistia de dívidas, na votação da Medida Provisória do Refis. Segundo reportagem do UOL, foi o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) o responsável por acrescentar igrejas no texto da medida. “Fiz isso porque os deputados evangélicos do meu partido me pediram e eu concordo com a ideia. Se as empresas poderiam aderir ao Refis, não vejo motivos para que as igrejas não possam”, disse o deputado à reportagem. A cláusula, contudo, foi derrubada pelo Senado. Neste ano, o governo Bolsonaro flexibilizou a prestação de contas de entidades religiosas. Igrejas que arrecadem menos de R$ 4,8 milhões não precisam mais enviar dados financeiros à Receita pela Escrituração Contábil Digital (ECD). Antes, qualquer igreja que arrecadasse mais de R$ 1,2 milhão precisava enviar seus dados dessa forma. As entidades religiosas já possuem uma série de benefícios tributários, como explica o professor de direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Paulo Roberto Coimbra. O primeiro deles é a imunidade de impostos: “A Constituição prevê uma imunidade de impostos para templos de qualquer culto. Os templos não pagam IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano]. Se prestarem algum tipo de serviço, normalmente de assistência social ou humanitária, esses serviços não estão sujeitos ao Imposto Sobre Serviços, o ISS. E as arrecadações de dízimos e ofertas destinadas a essas entidades também não estão sujeitas ao imposto sobre a renda”, explica. Além disso, igrejas podem se beneficiar de imunidade tributária caso se enquadrem como entidades sem fins lucrativos e tenham ações de assistência social e educação, ou também se forem enquadradas como entidades beneficentes. Esses “benefícios” não são automáticos, e as igrejas precisam cumprir uma série de requisitos, como, por exemplo, não remunerar seus dirigentes. “Quando essas entidades deixam de atender os requisitos previstos em lei, aí sim essa imunidade não é reconhecida e os tributos que deixaram de ser pagos são cobrados pela União”, acrescenta Coimbra. Parte das dívidas inscritas na União é justamente de igrejas que consideram cumprir esses requisitos, mas são contestadas pela Receita e pela Procuradoria da Fazenda. Um terceiro ponto é que a legislação prevê isenção de tributos para ministros de organizações religiosas que vivam em “razão da fé”, isto é, que recebam apenas uma ajuda de custo da igreja para manter os custos básicos de vida. “Não é toda pessoa que trabalha em uma igreja que teria essa isenção. Se um religioso recebe valores que são notadamente muito superiores àqueles necessários à sua subsistência, aí nós podemos ter questionamentos”, define Coimbra. Dessa forma, os R$ 460 milhões de dívidas de entidades religiosas com a Receita são apenas as que não foram enquadradas em nenhuma dessas três situações. E, como ressalta a professora Tathiane Piscitelli, da Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, as organizações podem recorrer da decisão da Receita de inscrever suas dívidas no cadastro, além da possibilidade de brigar na Justiça para ampliar a imunidade em relação às atividades das igrejas. “Há um debate sobre a conveniência de se manter essa imunidade sobre os templos. Há quem aponte que ela protege a liberdade religiosa, mas há entidades que têm estrutura empresarial e não são tributadas. Muito facilmente você constrói uma narrativa que a televisão ou outra atividade é essencial para a propagação da religião. E é exatamente esse o ponto de quem critica a imunidade, porque ela pode abrir brecha para situações de abuso”, avalia. Tathiane cita o embate jurídico entre a Igreja Universal (que deve R$ 222 mil à Receita) e o estado de São Paulo e a Receita: a igreja foi contra o pagamento de quase R$ 2 milhões de ICMS e outros impostos sobre a importação de pedras de Israel para construção do Templo de Salomão, no centro de São Paulo. “Houve um grande debate no Judiciário e o STJ reconheceu a existência da imunidade porque se destinava à construção do templo”, conta. A universal teria gasto cerca de R$ 400 milhões com o Templo de Salomão. Como uma dívida entra no cadastro do governo Uma dívida entra na lista ativa da União após o responsável pelo débito não pagar o valor espontaneamente, o que leva a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a entrar com processo de execução fiscal. Enquanto não é paga, a dívida é atualizada mensalmente pela taxa Selic. Pessoas e empresas que estão no cadastro de dívidas não conseguem certidão de regularidade, o que as impede de tomar financiamentos públicos. A cobrança eventualmente chega à Justiça, que pode penhorar bens dos devedores, como imóveis e veículos, para cobrir o valor devido. Colaboraram: Caroline Ferrari, Raphaela Ribeiro e Rute Pina. Reportagem originalmente publicada no site da Agência Pública.

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