Ondas de calor: Nasa diz que o oceano ‘está com febre’

20 de setembro de 2023, 10:03

Aumento histórico nas temperaturas globais levaram a níveis recordes de aquecimento na superfície do mar em 2023 (Foto: Reprodução)

Em artigo, a Nasa disse que “o oceano está com febre” após as  ondas de calor e altas temperaturas registradas nos últimos tempos. Na publicação, a agência espacial escreveu que “as temperaturas médias da superfície do mar ultrapassaram os níveis mais elevados” que tinham sido observados nos registros mantidos pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa).

O oceanógrafo do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa Josh Willis disse que o  desenvolvimento de um El Niño no Pacífico somado ao aquecimento global de longo prazo “vêm empurrando as temperaturas dos oceanos para cima de forma constante em quase todos os lugares”.

Segundo o texto, foram encontradas “anomalias” na temperatura da superfície do mar no mês de agosto. Algumas partes dos mares ao redor do planeta registraram temperaturas quentes acima dos 3ºC.

O estudo ainda menciona as mudanças de temperatura nas águas do noroeste do Pacífico, perto do Japão, e do nordeste, próximo à Califórnia e a Oregon, nos EUA. Temperaturas diferentes também foram notadas nos oceanos Índico, Ártico (Sul) e Antártico.

A onda de calor que vem atingindo diversas regiões do mundo não deixou a ilha caribenha de Porto Rico de fora. O Serviço Meteorológico Nacional dos EUA confirmou novos recordes de temperatura em junho deste ano, com índices de até 46,6ºC.

Desde então, alertas de calor extremo não pararam de ser emitidos. Os termômetros que controlam as águas em volta da ilha registraram mudanças nas temperaturas e algumas dessas alterações já são perceptíveis, informou o Serviço Meteorológico Nacional.

No artigo, Gavin Schmidt, diretor do Goddard Space Research Institute, da  Nasa, afirmou que esse aumento na temperatura do mar está sendo visto em “quase todo o lugar”. “Essa tendência de longo prazo é quase inteiramente atribuível às forças climáticas causadas pela atividade humana, ou seja, ao fato de termos lançado uma quantidade tão grande de gases com efeito de estufa na atmosfera desde o início da era industrial”, afirmou.

Ele ainda disse que esse crescimento na temperatura já está afetando o ecossistema.

Josh Willis também alertou para os efeitos graves que as ondas de calo r podem causar. “As ondas de calor no Atlântico são significativas e terão efeitos graves na vida marinha e nas condições meteorológicas na Europa nos próximos meses. Mas foi o Pacífico que elevou a média mundial a níveis sem precedentes este ano”, disse o oceanógrafo.

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