Ocorrências sísmicas intrigam e assustam moradores de Jacobina

09 de dezembro de 2021, 13:16

(Foto: Do último sábado (4), até esta quinta-feira (9), quatro tremores foram registrados em Jacobina)

Estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) registrou às 23h06, desta quinta-feira (9), mais um tremor de terra na região de Jacobina, de magnitude preliminar calculada em 2.0 na escala Richert.

Os últimos abalos registrados no município ocorreram no último sábado (4) e no domingo (5). O primeiro evento (de magnitude preliminar 1.7 mR) ocorreu às 23h00, já o segundo ocorreu algumas horas depois, às 18h09. O último evento registrado no município de Jacobina havia sido no dia 3 de novembro deste ano e teve a magnitude preliminar calculada em 1.8 mR.

Até o momento desta publicação não havia informações de moradores que tenham escutado ou sentido os tremores.

A preocupação de moradores é que mesmo como o alto número de ocorrências, nenhuma posição pública ainda foi tomada pela Defesa Civil Municipal. Muitos moradores dos locais onde os abalos acontecem com mais frequências, as comunidades de Itapicuru e Canavieiras, vizinhas de uma mineração de ouro que possui duas barragens de rejeitos, estando uma desativada, estão assustados, com receio de que aconteça o pior, mesmo que a intensidade dos tremores seja considerada de baixo impacto.

Tragédia de Mariana, MG – Conforme o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) e Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) foram registrados quatro abalos sísmicos na região do município mineiro de Mariana, onde as duas barragens da mineradora Samarco se romperam. Dois dos tremores foram registrados antes da tragédia. A barragem da Samarco, cujas donas são a Vale e BHP Billiton, rompeu-se na tarde do dia 5 de novembro de 2015, provocando 19 mortes. Além de destruir casas, o mar de lama devastou o Rio Doce e atingiu o oceano no Espírito Santo.

De acordo com os dados da Rede Sismográfica Brasileira, o primeiro abalo se deu no município de Catas Altas, às 14h12 no dia do rompimento, e teve magnitude de 2,4 na escala Richter – considerado de baixo impacto. Um minuto depois, veio o mais alto tremor, de magnitude de 2,55, desta vez em Ouro Preto. As barragens se romperam por volta das 15h45. Os outros dois abalos vieram às 15h56, em Ouro Preto, e às 15h59.

Segundo o sismólogo do Centro de Sismologia da USP Bruno Collaço, sismos de magnitude entre 2,0 e 3,0 são sentidos todos os dias em várias regiões do país e, por isso, não é possível estabelecer uma relação com a tragédia de Minas Gerais. No entanto, o evento de Mariana intrigou os estudiosos do Centro, segundo ele, “principalmente pela magnitude ser tão baixa”. “Um tremor de 2,6 não seria capaz de causar essa destruição, mas quatro eventos no mesmo dia, todos bem próximos da região das barragens, é no mínimo uma coincidência muito grande”, disse na época o sismólogo ao site de VEJA.

Segundo o engenheiro e professor da PUC–Rio Alberto Sayão, que é conselheiro do Comitê Brasileiro de Barragens e ex-presidente da Associação Brasileira de Mecânica de Solos, um tremor de terra é uma das três causas prováveis de acidentes com barragens no Brasil. “Em tese um tremor de terra, dependendo de sua intensidade, pode danificar barragens, tanto de rejeitos de mineração como de armazenamento de água’, disse.

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