O PÊNDULO: DE GALILEU A FOCAULT – A Função Preguiça na Matemática Baiana

21 de março de 2021, 09:10

Quando Galileu Galilei, aos 18 anos descobriu a Lei do Isocronismo Universal e fez a fórmula matemática que calcula o movimento pendular, jamais imaginou que Humberto Eco, escritor italiano, a descreveria com tanta beleza e arte em sua monumental obra O Pêndulo de Focault: “…em sua isócrina majestade…eu sabia – mas qualquer um teria podido concluir pela magia daquele plácido respirar – que o período era regulado pela correlação entre a raiz quadrada do comprimento do fio e a do número π, que, embora irracional para as mentes sublunares, relaciona, por alguma razão divina, a circunferência ao diâmetro de todos os círculos​ possíveis – de modo que o oscilar de uma esfera de um pólo a outro decorre de uma arcana conspiração entre a mais intemporal das medidas, a unidade do ponto de suspensão, a dualidade de uma dimensão abstrata, a natureza terciária do π, o tetrágono secreto da raiz e a perfeição do círculo.”

Eu, por minha vez, também tentei dá um destino melhor a equação de Einstein que relaciona friamente a energia à matéria, a famosa E=mc². Sendo a velocidade da luz uma constante universal, considerando a preguiça o inverso da energia pessoal, o quociente entre as velocidade do movimento corporal e a da luz, o tempo no espaço de uma vida torna-se o inverso desta mesma velocidade. Concluí que o preguiçoso vive mais do que aquele que vive correndo atrás das coisas do mundo, o famoso workaholic. Quando o ócio é criativo, este transforma o inferno do tédio cotidiano num paraíso doce e estimulante para se viver. Este lento meditar se intensifica quando catalisado por uma dolente rede cearense.
Despretenciosamente, neste eco de Eco, talvez minha fórmula manemolente não ecoe como as belas palavras do mestre italiano.

Por: Montiez Rodrigues 

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