Nomofobia: Entenda o medo de ficar sem celular

23 de março de 2023, 09:33

Sintomas: usuários de celular podem se sentir doentes se passam algum tempo longe dele (Foto: Reprodução)

Como ficaria sua vida se você perdesse acesso ao seu celular? No mundo de hoje, os telefones celulares são quase que onipresentes. Servem para tudo: de acesso a redes sociais, comunicação, ferramenta de compra online a um banco móvel. Sem dúvidas, esses dispositivos trouxeram vários benefícios e inúmeras facilidades para nossas vidas. No entanto, nossa confiança neles pode causar uma forma de vício comportamental.

Quando o assunto são celulares, nos últimos anos surgiu um termo novo usado para descrever o medo de alguns indivíduos de ficar sem acesso ao seu aparelho: a nomofobia.

Esse medo pode surgir pela perda, por ter esquecido ele em casa, pelo aparelho ter quebrado ou, simplesmente, por não ter meios de ter acesso ao aparelho. Para especialistas em saúde mental, trata-se de uma questão séria, pois situações como ficar sem bateria ou estar em local sem sinal podem provocar na pessoa altos níveis de estresse e ansiedade e, em casos mais complexos, pânico ou medo.

Principais sintomas da nomofobia

Até o momento a OMS não classificou a nomofobia como um tipo de distúrbio mental. Contudo, especialistas em saúde mental alertam para os aspectos negativos de ficar dependente desse pequeno dispositivo eletrônico. Além disso, precisamos considerar que essa dependência cresce ano a ano.

Em linhas gerais, a nomofobia pode ser considerada um transtorno de ansiedade cujas principais características são o medo irracional de uma situação ou objeto. Neste caso, especificamente, o medo se refere a ficar sem o celular ou sem acesso ao sinal, por exemplo.

Alguns dos principais sintomas da nomofobia incluem:

Ser incapaz de desligar o celular;

Ficar verificando a todo momento o aparelho em busca de chamadas perdidas, mensagens, e-mails e notificações;

Ter o hábito de carregar a bateria do celular, mesmo ela estando quase que completamente carregada;

Medo de ficar sem sinal de wifi ou de não conseguir se conectar a uma rede de dados de celular;

Carregar o telefone para todos os lugares, incluindo o banheiro;

Estresse por estar desconectado da presença do celular;

Estresse por estar desconectado de sua identidade online (redes sociais, por exemplo);

Ignorar ou se esquecer de atividades ou eventos planejados para permanecer conectado ao aparelho.

Vale destacar que, além dos sintomas cognitivos e emocionais, as pessoas com nomofobia também podem ter sintomas físicos. Por exemplo, podem apresentar tremores, aumento da frequência cardíaca e respiração ofegante. Em alguns casos, esses indivíduos podem começar a ter tonturas e fraqueza. Nas situações mais graves, os sintomas de medo podem progredir para um ataque de pânico.

Como prevenir a nomofobia

Tal como vemos acontecer com grande parte dos vícios, a prevenção é sempre o melhor remédio. Com a nomofobia não é diferente, existem várias ações simples que podem ajudar a pessoa a depender menos de seu celular, evitando o uso excessivo e um possível distúrbio grave, como altos níveis de estresse e ansiedade.

Algumas boas práticas nesse sentido são:

Desinstalar do aparelho aplicativos que consomem tempo, como redes sociais e jogos;

Não usar o celular enquanto estiver fazendo refeições;

Silenciar as notificações;

Definir horários para verificar o aparelho/usar recursos como limitadores de tempo para diminuir o uso;

Não pegar ou olhar para o celular enquanto estiver conversando com outra pessoa, comendo ou compartilhando momentos de lazer;

Deixar o celular fora do quarto, especialmente antes de ir para a cama;

Procurar sair na rua mais vezes sem levar o telefone junto.

Por fim, devemos aceitar que nossos celulares são excelentes ferramentas, mas que não podemos nos tornar dependentes deles. Em palavras mais simples, é necessário aprender a criar uma relação saudável com a tecnologia, seja ela qual for.

No mais, é claro que existem situações em que a pessoa não consegue lidar sozinha com o problema. Nesses casos, a melhor saída é procurar a ajuda de um profissional especializado em saúde mental, como um psiquiatra ou psicólogo, para que ele possa ajudar no autocontrole e na prevenção dos sintomas de nomofobia.

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