Futebol e política podem e devem marcar gol de placa

02 de abril de 2021, 09:18

*Por Josias Gomes –

Até quando vai perdurar a omissão do futebol brasileiro?

O Deutsche Welle (DW), empresa pública de radiodifusão da Alemanha, traz matéria importantíssima a respeito da Copa do Catar ou a “Copa do dinheiro sujo e desumana”. E mostra como o futebol pode ser protagonista em causas políticas. Neste caso, os grandes atores dos protestos são os próprios jogadores das seleções europeias que iniciaram os jogos Eliminatórios da Copa de 2022.

Na foto temos a seleção alemã protestando contra os abusos financeiros e de direitos humanos cometidos pela monarquia absolutista que impera no Catar. Os jogadores escreveram Human Rights em suas camisas negras. Já os noruegueses escreveram em suas camisas: “Direitos humanos – dentro e fora de campo”.

Na matéria, o DW cita o jornal inglês The Guardian que apurou: “6,5 mil trabalhadores e trabalhadoras morreram por condições insalubres de trabalho durante a construção dos luxuosos estádios movidos a arcondicionado que servirão de palco para a Copa de 2022”. Veja mais: https://www.dw.com/pt-br/copa-do-catar-a-aberra%C3%A7%C3%A3o-movida-por-gan%C3%A2ncia-e-sofrimento/a-57048739 .

Trazendo pra realidade brasileira, vivemos um massacre com mais de 315 mil vidas perdidas na pandemia. Enquanto federações, clubes e jogadores de futebol se omitem diante da barbárie. Vivem em suas bolhas, em sua maioria, preocupados com as questões financeiras. Com raras exceções, atletas se manifestam em defesa do povo que morre de abandono, fome e vírus, vítimas de um desgoverno mais cruel do que a monarquia do Catar. Vale lembrar que tudo é política, inclusive a omissão daqueles que acreditam que um minuto de silêncio antes das partidas resolverá o maior atentado contra os Direitos Humanos no Brasil.

*Já passou da hora do esporte mais popular do Brasil se unir ao seu povo nas lutas de libertação. Chega de gol contra*. O 7×1 é agora neste minuto. É chegado o momento dos nossos ídolos retribuírem todo amor que recebem das massas. Sem elas, eles nada seriam.

*Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

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