“Edir Macedo é racista e tem nojo de pretos”, denuncia ex-pastor da Universal em Angola

21 de agosto de 2021, 08:57

O hoje ativista e influenciador digital angolano Tavares Armando diz que o bispo fundador da Igreja Universal do Reino de Deus “é pior do que Hitler” e deixou um alerta aos brasileiros: “vocês precisam expulsar Edir Macedo do Brasil” (Foto: Reprodução)

Envolvidos numa série de escândalos, que vão desde indiciamento por lavagem de dinheiro a acusações de racismo contra os membros angolanos da instituição, líderes brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola foram afastados de suas funções religiosas, por decisão da justiça angolana. A Iurd, assim como a Rede Record de televisão, ambas de propriedade de Edir Macedo, tiveram suas atividades suspensas no país africano. Em entrevista a Ricardo Nêggo Tom, Tavares Armando, que foi obreiro e pastor da Universal em Angola, faz revelações estarrecedoras a respeito da igreja e de seu líder. “Nós que vivemos por muitos anos servindo à Universal, sabemos que é expressamente proibido ao obreiro, ao auxiliar, ao pastor e à sua esposa questionar ou até mesmo pensar. Dentro da instituição, você sofre uma pressão psicológica muito grande. Quando começas a pensar ou a questionar algo na Universal do Reino de Deus, automaticamente você é considerado um rebelde. Os membros da igreja são considerados escravos a serviço de Edir Macedo”.

Após a exibição de um áudio no qual Edir Macedo diz “nós não podemos deixar os escravos pensarem. Porque, se eles pensarem, eles não vão ser mais escravos nossos”, Tavares dispara que, “desde a fundação da Igreja Universal, Edir Macedo sempre teve a intenção de escravizar as pessoas. E ele não escraviza apenas aos africanos. Na Europa, na América do Norte e na América do Sul, também existem escravos dele. Todos os adeptos da Universal tornam-se seus escravos”. O ex pastor pede aos brasileiros para que tomem a mesma atitude que os angolanos tomaram. “Vocês precisam expulsar Edir Macedo do Brasil”, orienta ele. Tavares explica que o esquema de lavagem de dinheiro da Universal em Angola usava livros de Edir Macedo e de suas filhas, materiais de evangelização e até mesmo os filmes sobre a vida do líder religioso, que, segundo o ex-pastor, foram um grande fracasso de bilheteria em Angola. “Sempre que eles lançam algum filme, eles anunciam que o filme bateu recordes de bilheteria, que foi muito aderido e que as salas ficaram cheias. É tudo mentira! Cá em Angola as salas ficavam vazias, porque muitas pessoas vivem na periferia e não têm a cultura de ir ao cinema”.

As acusações de racismo que pesam sobre os líderes brasileiros da Iurd em Angola ganharam contornos ainda mais graves após uma revelação feita pelo bispo angolano Felner Batalha, dando conta de que Edir Macedo, durante uma videoconferência para pastores, havia criado uma teoria para justificar o fenótipo dos pretos africanos. Segundo palavras do bispo Felner, Macedo teria defendido a tese de que os negros têm lábios e narizes grandes e avantajados porque quando os seus antepassados viviam na selva, as mulheres grávidas conviviam com macacos e chipanzés e, de tanto olharem para eles, seus filhos nasciam com as mesmas características. Ele ainda disse que Macedo chegou a dizer que os africanos cheiravam mal. Tavares Armando confirma o relato de Felner Batalha e faz outra grave acusação contra o CEO da Iurd. “Edir Macedo é um autêntico racista. Vocês, meus irmãos brasileiros, não conhecem Edir Macedo. Ele é pior do que Hitler. Ele tem nojo de pretos. A única razão que leva Edir Macedo a aceitar pretos na sua instituição é porque ele sabe que os pastores pretos arrecadam mais dinheiro do que os pastores brancos para a sua igreja”.

Para exemplificar um pouco mais o viés racista na conduta de Edir Macedo, Tavares revela que o tratamento dado a pastores brancos era totalmente diferente do que era oferecido a pastores pretos. “Cá em Angola, um pastor de pele clara ou um que seja moreno não ficam solteiros por muito tempo. Logo ao entrar para a instituição, já é providenciado um casamento para eles. Esse mesmo pastor branco, ainda que solteiro, será posto numa das melhores igrejas. E aqui me refiro às igrejas localizadas nos grandes centros. Por ele ser branco, ter a pele clara e boa aparência, é colocado numa igreja da cidade para atrair empresários e pessoas com maior poder econômico. Um pastor preto como eu, só se casa rápido se der o resultado financeiro estipulado pela liderança. Porque, na Igreja Universal, é a liderança quem determina quando o pastor pode se casar. Por isso é que o bispo Macedo diz que o escravo não pode pensar. Até para o pastor ter um filho, precisa da autorização da igreja. E ai de ti se engravidar a tua mulher sem a permissão deles. Até a escolha da esposa pelo pastor tem que passar pela aprovação do bispo. Se ele não gostar dela, você não se casa.”

Brasil 247

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