Cientistas descobrem bactéria em mar profundo com metabolismo nunca antes visto
06 de abril de 2020, 13:57
Cientistas da Universidade Goethe em Frankfurt, Alemanha, descobriram uma nova bactéria, cujo metabolismo é diferente de tudo o que se conhece atualmente (Foto: Pixabay)
As bactérias da espécie Acetobacterium woodii são capazes de criar e utilizar hidrogênio e dióxido de carbono para produzir energia, mesmo sem necessidade de oxigênio, afirmam investigadores alemães.
As bactérias A. woodii podem ser encontradas no fundo do oceano, em estações de tratamento de águas residuais e também nos intestinos das térmitas. Biótopos como estes estão cheios de micróbios que utilizam de diferentes maneiras as substâncias orgânicas existentes no ambiente em seu benefício.
“A. woodii possui a máxima flexibilidade metabólica. Pode criar e utilizar hidrogênio em um ciclo, ou utilizar hidrogênio de fontes externas”, afirmou a microbiologista molecular Anja Wiechmann, coautora do estudo publicado na revista Nature.
Fermentação em bactérias
Existem várias bactérias que fermentam açúcares, ácidos gordos e álcoois e os transformam em ácido acético, criando também hidrogênio. Contudo, concentrações elevadas de hidrogênio inibem a fermentação.
Devido a isso, as bactérias fermentadoras se conectam a micróbios que dependem precisamente deste hidrogênio para sobreviver. Esta “amizade”, conhecida cientificamente como uma relação sintrófica, é provavelmente o tipo de fermentação dominante no mar profundo, mas agora foi confirmado que não é a única.
A recém-descoberta A. woodi é capaz tanto de fermentar substâncias orgânicas, transformando-as em ácido acético, como formar ácido acético a partir do dióxido de carbono e hidrogênio. Por outras palavras, A. woodii é capaz de reciclar hidrogênio dentro da sua própria célula.
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