ARTIGOS

Jacobina: morte e vida de um ex-político

12 de junho de 2024, 13:25

*Por Américo Júnior –

Não é novidade para ninguém que este ano teremos mais uma corrida eleitoral em busca do direito de ocupar o paço municipal, local onde hoje possui uma sala cheia de penduricalho que mais parece um brechó, mas que também serve para abrigar o gabinete de vossa excelência na prefeitura. E em se falando de jacobina, esta busca incessante pelo honroso e vaidoso título de prefeito, trás componentes deveras interessantes!

Além de hoje termos um gestor que reduziu o identitariíssimo a um simples nome de remédio para hipocrisia, há quase 30 anos surgiu em Jacobina um certo personagem político que transformou-se no terror de alguns, e na felicidade de outros (estes seus fiéis puxa sacos), podemos chamá-lo de “Odorico jacobinense”.

Assim como o seu homônimo de sucupira, tinha uma capacidade rodrigueana de dramatizar a cena política com discursos de reafirmação do amor por sua terra, pois esta era a razão de  continuar na política. Até hoje os seus correligionários o consideram como “o melhor administrador que Jacobina já teve”, só faltou combinar com o funcionalismo público da época, principalmente a educação, quando o setor ficou 8 anos sem aumento nem valorização.

Após dois mandatos ( foi o único prefeito que conseguiu a reeleição) e uma coleção de desafetos, sofreu uma dura derrota na justiça eleitoral, tornando-se inelegível por 8 anos, sabe aquele ditado “ há males que vem para o bem”? Pois é, para os seus fiéis eleitores ele foi injustiçado e perseguido pela cruel e vil justiça eleitoral, virou mito, assim como o seu ex-presidente.

A partir dali (não o Salvador) ele amargou um périplo de quase “morte” política, ficando restrito apenas a administração do nosocômio de sua “quase” propriedade, estrutura construída e inaugurada na gestão do então presidente João Goulart, filho da pessoa que empresta o nome ao hospital (aposto que ninguém sabia!!)

Long after volta à baila o nome do Odorico jacobinense como postulante ao cargo de alcaide, colocando no hall do esquecimento todos os atos perpetrados outrora no exercício da função, inclusive o que se refere ao seu afastamento do cenário político.( segundo a justiça)

Como “a função do historiador é lembrar a sociedade aquilo que ela quer esquecer”, e diante da sua outrora “morte” política,  penso que será necessário, não inaugurar um cemitério, mas sim, ressuscitar como Lázaro.

*Historiador e jacobinense

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Pior que a validade da pena é o crime cometido

12 de junho de 2024, 10:35

Foto: Gervásio Lima

* Por Gervásio Lima –

Longe de uma opinião jurídica, mas usando do aprendizado cidadão, da moral e dos bons costumes, é possível afirmar que o ladrão que roubou um frango é tão criminoso quanto aquele que furtou vários frangos pois os dois se apropriaram ou tiraram proveito de algo que não era seu, que não o pertencia. Se a justiça vai atenuar a pena, ou até mesmo não penalizar, o que roubou menos é outra discussão; a alcunha de larápio continuará a mesma.

No meio político a amenização de determinadas faltas de condutas é uma praxe utilizada para justificar o quase sempre injustificável, tanto pelo acusado quanto pelos seus cumplices, ou melhor seu apoiadores. É um despautério enunciar que o apoiado ‘rouba mais faz’ ou que ‘todos roubam’ e ao mesmo tempo arrotar seriedade e condenar corrupção sendo um corrupto ou um corruptor.

Para se conseguir o intento os lobos se passam por cordeiros e agindo como um verdadeiro estelionatário se passa por um paladino, de caráter inquestionável e disposto a proteger os fracos e lutar por causas justas. Os falsos moralistas geralmente apontam os defeitos dos seus oponentes para persuadir aqueles que não o acompanham, desprovidos de valores e impregnados de maldades. O dissimulado é um algoz contumaz.

Ainda quanto ao crime e o tempo de sua pena, a discussão não deve ser em volta da data de validade do delito, mas sim ao dano causado pela incorreção. É sempre bom lembrar, não existe amizade entre  o frango e a raposa, não adianta insistir.

Por tanto, se faz necessário ficar atento para os ilusionistas, principalmente em ano eleitoral quando os ‘santos de pau oco’ estão à solta e como uma cobra, prontos para dar o bote.

Forte é o povo!

*Jornalista e historiador

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Para bom entendedor, meia palavra basta

16 de maio de 2024, 14:58

Foto: Gervásio Lima

*Gervásio Lima –

Não basta apenas querer. É preciso saber que nem sempre a vontade prevalece, principalmente quando um outro possui a mesma intenção. Confundir poder com desejo é enganar um sentimento egoísta, típico do narcisista que enganosamente acredita que existe apenas uma verdade, a sua.

Agir de forma a agradar o ego, não respeitando as diferenças, levará o sujeito, inevitavelmente, ao fracasso e, talvez, ao ostracismo. Mostrar superioridade mesmo sabendo que numa construção o pilar do telhado parte do chão, não é uma demonstração de falta de conhecimento, mas de ‘nanismo mental’, quando a inferioridade está intrínseca na alma.

Na prática, o ‘querer é poder’ somente na expressão popular, como uma frase motivacional para encorajar os que buscam a realização dos sonhos. Uma espécie de impulso para o desacreditado.

Infelizmente, nem tudo que se almeja é alcançado. O que é simples e possível para uns pode ser bastante complicado e distante para outros, daí vem o problema: acreditar em algo por excesso de otimismo e depois sofrer com a decepção e o sentimento de incapacidade.

Em determinadas situações, o querer facilita sim, e muito, o poder. Geralmente a ninhada, por exemplo, se sobressai da proeminência.

Diversos dizeres da cultura popular refletem com autenticidade passagens do cotidiano, muitas vezes usando uma linguagem própria, de quando e quando carregada de algum tipo de preconceito, como o que diz que ‘pobre só dá o filho para o rico batizar para chamá-lo de compadre’. Uma pena, o afilhado quase sempre não escolhe o seu padrinho.

“… Cantor atormentado

Herdeiro sarará

Do nome do renome

De um feroz senhor de engenho

E das mandingas de um escravo

Que no engenho enfeitiçou

Sinhá”. Sinhá – Chico Buarque e João Bosco

*Jornalista e Historiador

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“O evento foi climático, mas a tragédia é política”

14 de maio de 2024, 09:58

Foto: INMET / Reprodução

*Américo Oliveira Júnior –

Nos últimos 5 anos presenciamos o acirramento do embate entre as forças políticas de extrema direita, e a ala progressista. A extrema direita com a opacidade que lhe é peculiar, conseguiu transformar todo um debate que é sério e benéfico para a sociedade, inclusive o que fala sobre o meio ambiente, num verdadeiro FEBEAPÁ.

A tragedia – a segunda em 6 meses – que assolou o Estado do Rio Grande do Sul, causando até agora 143 mortes e 125 desaparecidos num total de 272 pessoas, demonstra que o aquecimento global não é coisa de comunista e nem é brincadeira.

Assim que assumiu o governo gaúcho em 2019, Eduardo Leite apoiado maciçamente pelo bolsonarismo gaúcho, permitiu que as leis ambientais do Estado fossem flexibilizadas, isso causou uma alteração em quase 500 pontos que eram de suma importância na proteção ao meio ambiente.

Um projeto que demorou apenas 75 dias para ser elaborado e aprovado e que só não transcorreu em menos tempo por causa de uma medida judicial que impediu o caráter de urgência.

A atitude do governo não respeitou sequer uma das grandes autoridades em ecologia no país, José Lutzemberg, responsável inclusive pela criação da AGAPAN ( associação gaúcha de proteção ao ambiente natural) que a época era presidida por Francisco Milanez.

Segundo o próprio Milanez à época das mudanças do código ambiental, “seria um retrocesso de 40 anos, uma proposta destruidora e prostituinte”, ele ainda considerou irônico que “o Estado do Rio Grande do Sul, pioneiro na luta ambiental no Brasil, primeiro com Henrique Roessler nos anos 50 e com Lutzemberger nos anos 70, enveredasse pelo caminho inverso”.

Uma das mudanças é “A supressão de todo financiamento financeiro vindo do Estado, até mesmo para as pesquisas e centros de pesquisas, manutenção de ecossistemas, racionalização do aproveitamento da água e energia, entre outras tantas”. Notemos que esta é uma pratica bem usual dos governos extremistas que não valorizam o investimento na ciência através do financiamento público, jogando esta responsabilidade nas mãos da iniciativa privada, seus principais cafetões políticos.

Diante de todo este contexto previsivelmente trágico, nos cabe avaliar se mais este desastre não poderia ter os seus danos minorados se houvesse por parte da gestão estadual um respeito pelo que fora acordado na lei ambiental lá nos anos 2000.

Mas seria muito exigir de um grupo criado para remar contra a maré da tal “esquerda comunista”, um pensamento que trouxesse vaga lembrança do coletivismo.   As ondas de negacionismo vacinal e ambiental, as Fake News que até hoje pululam nas redes sociais como se fossem pragas numa lavoura, transformaram-se no prato principal da extrema direita bem representada aqui no Brasil pelo bolsonarismo, seu fiel correspondente.

“O evento foi climático, mas a tragédia é política” – Milton Ribeiro

*Historiador

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O palhaço da vida real

16 de abril de 2024, 11:14

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima. –

Determinados comportamentos atingem um nível de ridicularidade tão grande quanto o tamanho de uma verdadeira ‘anta’. O modo de agir é um acusador natural do que se pode esperar de alguém que usa a sátira como uma premissa, uma forma de caçoar tanto os que estão próximos quanto os que estão longe. Um palhaço de piadas prontas, sem graça, mas repletas de gracejos.

O humor faz parte do relacionamento humano, é uma forma de demonstrar empatia, alegria e outros sentimentos que proporcionam o bem. Este é o bom humor, uma característica das pessoas que vivem de maneira leve, cultivam atitudes de cortesia, são hábeis em desenvolver emoções positivas, recordam com frequência bons momentos e procuram transmitir serenidade e esperança.

Chacotear a vida alheia, inclusive a dos que lhe confiaram o direito de representá-los, é uma brutalidade sem tamanho, quiçá uma traição típica do ingrato, dos incautos e insolentes, que veem seu semelhante como um instrumento manipulável, como marionete.

Para aqueles que conhecem e sabem usar a capacidade positiva da internet, principalmente das redes sociais, não é difícil diferenciar o lobo do cordeiro. Basta uma simples pesquisa, ‘dar um google’, para conhecer ou obter informações daquilo ou daquele que se tem curiosidade. Tomando, claro, os devidos cuidados para não ser vítima de fake news.

Se o boi tivesse noção da proporção do seu tamanho frente ao do vaqueiro, não estaria sujeito a chicotadas, ao uso de canga e nem seria marcado com ferro quente.

Se o pobre fica rico quando está bêbado, o rico fica pobre quando precisa do pobre para ficar mais rico.

A jiboia, após a alimentação, hiberna por um bom tempo, mantendo-se em estado de letargia para digerir a presa. Para ficar protegida durante a hibernação, busca locais isolados.

O bom é saber que o perigo de ser atacado por um animal que hiberna é praticamente nulo se forem respeitadas as regras da natureza.

Bicho que hiberna não morde

*Jornalista e historiador

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Respeitável público…

05 de março de 2024, 18:20

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima =

Em muitas cidades do Brasil, ano de eleição municipal para escolhas de prefeitos e vereadores é um dos momentos mais esperados pela população, que, assim como os nascidos no dia 29 de fevereiro, aguardam quatro anos para fazer a festa. Na verdade, a corrida, muitas vezes literalmente maluca, inicia-se no ano anterior à realização do pleito eleitoral.

Especulações, acordos, autovalorizações, zoada, muita zoada, e até mesmo brigas marcam as ‘pré-disputas’. Em ano de eleição, a política é o principal assunto das rodas de conversas no jogo de futebol, no aniversário, no churrasco e até mesmo nos velórios.

O processo democrático para a escolha de representantes políticos é um dos principais direitos e deveres de uma sociedade. É o momento de escolher, por meio do voto, os governantes.

O eleitor é o principal responsável pelas consequências de suas escolhas, por isso a importância de usar a consciência, a sapiência, a perspicácia e a responsabilidade – enquanto sujeito chave – no momento de definir as pessoas que irão dar o rumo do lugar que se escolheu para morar.

Se faz necessário o empoderamento. Os postulantes devem enxergar e dispensar o tratamento merecido ao eleitor, que, como protagonista e não como mero coadjuvante, possui os poderes de os eleger ou rejeitar.

A participação cidadã efetiva nos momentos que antecedem qualquer disputa eleitoral é salutar, desde que os direitos não sejam violados. A escolha, como o choro, é livre, mas tem que se escolher sabendo que a decepção e o arrependimento serão inevitáveis, se optar pelas pessoas erradas.

Que a festa mais importante da democracia, quiçá a mais envolvente, aconteça com os envolvidos discutindo o futuro, as melhorias  e o bem-estar humano. Como numa avaliação escolar, em que se estuda antes com a finalidade de acertar as respostas, na política o eleitor passa quatro anos estudando o comportamento dos que querem uma nova chance.

… Começou o espetáculo!

*Jornalista e Historiador

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Dê poder ao homem e descobrirá quem ele é

15 de fevereiro de 2024, 16:54

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima

A expressão atribuída ao filósofo Nicolau Maquiavel, que viveu entre os séculos XV e XVI, “Dê poder ao homem e descobrirá quem ele é”, talvez seja uma das frases mais usadas para demonstrar insatisfação com comportamentos de determinados elementos, após uma ascensão, principalmente política.

Maquiavel, no uso catedrático das palavras, economizou adjetivos para se referir ao sujeito mau caráter, dissimulado e mentiroso; o tipo que se esconde atrás de um modo próprio, intrínseco, de nascença, sempre que lhe é conveniente.

Seria muita ousadia discordar do fundador do pensamento da política moderna, já  que, como ninguém, escreveu sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser. Mas, como diz o ditado popular, ‘meia palavra basta’, o poder é apenas uma das desculpas para as ações inconcebíveis e abomináveis, às vezes covardes, de lobos que se comportam como cordeiros.

A incompetência está para o arrogante e o vaidoso, assim como a verdadeira humildade está para a pessoa digna e decente. Aliás, como os bobos da corte, que viviam de fazer gracejos para os ricos rirem, desde o Egito Antigo; muitos, ainda hoje, confundem situação financeira com ombridade.

Presumivelmente, os palhaços da corte atuavam pela sobrevivência, no papel de um verdadeiro artista e não como chacoteiros. Naquela época, pela dificuldade do acesso ao livro, e consequentemente à leitura, o conhecimento era limitado, quiçá impossível, para grande parte da população, fato que pode explicar as submissões. No Brasil escravista,  por exemplo, logo ali no século XIX (o século atual é XXI), os malês, negros mulçumanos, eram muitas vezes mais instruídos que seus senhores, e, apesar da condição de escravos, não eram submissos, mas muito altivos, graças ao conhecimento adquirido por meio da leitura.

Recorrendo a mais um ditado popular, ‘o mal do sabido é pensar que todo mundo é besta’. É bom sempre lembrar que, assim como o poder, o status é passageiro. O hoje, amanhã já é passado.

Se o boi tivesse noção do seu tamanho e de sua força, com certeza não seria guiado por um carroceiro.

*Jornalista e historiador

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Para ser popular é indispensável ser medíocre

30 de janeiro de 2024, 13:41

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima –

O filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) defendia que “a arte imita a vida”, justificando que a arte é uma estratégia usada para vencer os empecilhos que sozinha a natureza teria dificuldades para superar. Entre as sua exemplificações, o filósofo afirmava que o homem à ético e político age com prudência, enquanto o técnico/artista age com habilidade, por meio da licença poética que lhe é concedida.

Já o famoso escritor Irlandês, Oscar Wilde (1854-1900), pregou o inverso: para ele, “a vida imita a arte mais do que a arte imita a vida”, destacando que existe um culto às ficções e a quem as interpreta. Independentemente do seu nível benéfico ou maléfico, uma grande quantidade de imitadores surgem de acordo com o sucesso que determinadas interpretações ou interpretadores fazem. Daí a preocupação de ‘a vida imitar a arte’ e o que se vê cotidianamente passe a ser comum, o politicamente correto.

Ao se adequar a comportamentos sociais impostos, o sujeito está propenso a se transformar naquilo que não é. Viver valores, crenças e outros sentimentos que não sejam verdadeiramente próprios, é mentir para si, causando um mal que fere a alma.

Nos primeiros parágrafos desta ‘inquietação textual’, dois grandes nomes da história filosófica e literária divergem seus pontos de vista em relação à vida e à arte, cada qual em seu tempo. Um viveu no período antes da Era Cristã (antes de Cristo) e o outro mais de dois mil e duzentos anos depois. A forma de interpretar não pode ser confundida com o ato de concordar. Cada momento expõe uma verdade ou realidade.

Pilotando a ‘máquina do mal’ com seu ajudante Mutley, Dick Vigarista era um dos principais personagens do desenho animado ‘A Corrida Maluca”. Os dois pilantras faziam de tudo para vencer uma corrida, inclusive utilizando-se de golpes sujos para deixarem seus adversários para trás; mas nunca conseguiram vencer, provando que o crime não compensa.

O desenho Corrida Maluca fez parte da infância de muita gente. O Vigarista  tinha tiradas como a famosa frase “pegue o pombo”. Uma forma de impedir o pombo, outro personagem do ‘cartoon’, de entregar mensagens secretas aos inimigos, motivo de o vilão estar sempre atrás do bicho, que usa sua inteligência para sempre ficar um passo à frente da trupe.

Recorrer a personagens fictícios e até mesmo reais é uma forma de caracterizar, ilustrativamente ou não, um momento e uma realidade vivida no passado e no presente, profetizando o futuro.

Corroborando com Oscar Wild, “A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre”.

*Jornalista e Historiador

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Meia palavra não basta

17 de janeiro de 2024, 13:19

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima –

Uma prática comum, também chamada de truque para entreter o leitor e fazer com que ele termine o que começou – ler um texto do início ao fim -, é não revelar o assunto principal logo de primeira, no primeiro parágrafo, ou no lide (do inglês lead), como é chamado no jornalismo a primeira parte da notícia.

Mesmo em um mundo onde a correria predomina e o tempo parece passar mais rápido que um feixe de luz, faz-se necessário transmitir a informação de maneira que o receptor a interprete da forma mais real possível, ‘não permitindo que a maldade do mundo pareça normal’.

A pressa é inimiga da perfeição. É opreciso ter paciência e fazer as coisas devagar para alcançar os objetivos. A ansiedade é a parente mais próxima do equívoco e um veneno para a serenidade. Portanto não adianta colocar a carroça na frente dos bois.

Para uma história ser bem contata ela precisa de conteúdos convincentes, a partir de um enredo que siga no mínimo a regra mais simples para uma boa redação: início, meio e fim, com as ideias se interligando.

Por maior que seja o esforço, determinadas mensagens não conseguem atingir seus objetivos quando se economiza palavras, daí os incompreensíveis e discriminados, mas indispensáveis, textões do ‘WhatsApp’.

‘Para um bom entendedor, meia palavra basta’? Esse ditado popular se refere a uma situação recorrente entre pessoas que não dispõem de muito tempo para ‘conversa fiada’. Acontece que, como já vem sendo defendido nas linhas acima, para ser bem sucedido na transmissão de uma mensagem é necessário enriquecer o discurso com exemplos e comparações, garantindo que aquele que está do outro lado compreenda corretamente e, assim, a mensagem atinja o efeito desejado. Isso comprova que quem está comunicando tem total clareza sobre o que está sendo exposto.

“… Dá pra viver

Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau

É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal

Pra não perder a magia de acreditar na felicidade real

E entender que ela mora no caminho e não no final… ‘ – Era uma Vez (Kell Smith)

*Jornalista e Historiador

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Não tem espelho em casa?

05 de dezembro de 2023, 11:41

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima

Expressões simples mas com grandes e importantes mensagens fazem parte do cotidiano, mesmo não recebendo a atenção que merecem. Uma dessas notórias frases da escrita popular é usada para desconstruir preconceitos, críticas e outras formas de descrédito alheio: ‘não tem espelho em casa?’

O medo de ser uma potencial vítima do mau comportamento alheio tem transformado a vida e a forma de relacionamento de certos indivíduos que  têm se tornado cada vez mais inconstantes e instaveis em seus sentimentos, opiniões e atitudes.

Vários são os motivos atribuídos às aflições, entre eles a incessante busca pela perfeição e a preocupação em atender o politicamente correto, estabelecido por padrões. Em um ‘ato de terrorismo pessoal’, são julgados e condenados estereótipos e até mesmo escolhas de gênero, criminalizando a maneira de viver de cada um.

Muitos vivem para os outros, atende o gosto do outro, em detrimento da sua própria forma de vida. Se encabular é um sentimento dos fracos. Ser forte é respeitar as diferenças, é aceitar o outro e, principalmente, se aceitar.

Quando não são os que apontam nos outros o que geralmente escondem de si, são os que agem com narcisismo, considerando-se sempre o melhor, com o sentimento de indiferença em relação ao outro, e a necessidade de atenção e adulação, além da falta de empatia.

É impressionante como existem figuras que olham apenas para o próprio umbigo e só buscam vantagens, mesmo sabendo que seu intento pode ferir. Um sinal claro do egoísmo e da estupidez presentes cada vez mais nos dias atuais.

As atitudes demonstradas nos dias que antecedem o Natal deveriam ser cotizadas durante todos os meses do ano. Mesmo que fosse apenas uma boa ação para cada mês já seria um grande ganho para a fraternidade humana.

Que os espelhos de todas as casas sejam limpos e reflitam boas imagens, principalmente daquele que estiver em sua frente.

*Jornalista e historiador

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Boas Festas!

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