Câmara deve colocar em votação pedido para ‘urgência’ de projeto de privatização dos Correios

20 de abril de 2021, 15:21

A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momento (Foto: Reprodução)

Câmara deve discutir nesta terça-feira, 20, requerimento de urgência para o projeto de lei que cria um novo marco postal e abre espaço para a privatização dos Correios.

A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momento. No Twitter, líderes da oposição se movimentam contra a proposta.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse, por meio de sua conta no Twitter, que o tema é importante e que a discussão do tema está prevista para começar às 15h. Mas não há acordo entre as lideranças para aprovar o pedido, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), disse que vai votar contra a medida. “Arthur Lira e a base do governo querem aprovar, no dia de hoje, a urgência do PL 591/21, que autoriza a privatização dos Correios sem ouvir a categoria e o povo. Votaremos contra mais esse ataque ao nosso patrimônio”, relatou no Twitter.

Também na rede social, o vice-líder do PCdoB, Orlando Silva (SP), afirmou que Lira quer votar o requerimento de urgência a toque de caixa. “Não admitiremos. Vamos parar o Congresso e impedir esse ataque à soberania nacional. A ECT é uma empresa fundamental para o País. Não à privatização dos Correios”, postou.

O líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que pretende obstruir os trabalhos para impedir a aprovação do requerimento. “Não à privatização dos Correios”, publicou.

Na mesma linha, o vice-líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), disse que a bancada do PT vai se posicionar contra o projeto.

O projeto de privatização dos Correios foi entregue em mãos pelo presidente Jair Bolsonaro a Lira no dia 24 de fevereiro. Na semana passada, o governo incluiu a empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND) por decreto, o que permite a contratação de estudos para privatizar a estatal.

A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do Ministério da Economia, Martha Seillier, disse que o governo tem a intenção de vender o controle acionário da empresa, mas ainda não decidiu se vai se desfazer de 100% das ações ou se manterá participação minoritária.

A privatização dos Correios depende da aprovação de um projeto de lei de autoria do Executivo que permite que a iniciativa privada preste serviços que hoje apenas os Correios podem operar. A previsão, por ora, é que o leilão ocorra em 2022. Para que isso ocorra, o governo precisa que a proposta seja aprovada na Câmara e no Senado até agosto.

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