As mudanças causados no cérebro pelo excesso de celular

12 de abril de 2023, 14:15

Por mais rápida que seja cada uma destas olhadas na tela, a ação pode trazer consequências negativas. (Foto: Notícia Limpa)

O celular trouxe uma série de benefícios para a nossa vida, facilitando realizar transações financeiras, manter contato com familiares, fazer compras e buscar pelas melhores rotas, entre muitas outras coisas. Porém, o uso excessivo do telefone pode afetar o funcionamento do cérebro, como apontam diversos estudos sobre o tema.

Uma pesquisa publicada no ano passado mostrou que os adultos nos Estados Unidos verificam seus smartphones 344 vezes por dia, em média, o equivalente a uma mexida no dispositivo a cada quatro minutos. Por mais rápida que seja cada uma destas olhadas na tela, a ação pode trazer consequências negativas.

Em geral, tanto a memória quanto o desempenho na realização de diferentes tarefas, seja o ato de estudar ou dirigir um carro, são impactados pela utilização constante do aparelho. As capacidades de pensar e regular as emoções também estão sujeitas a sofrer com o vício na tecnologia.

O simples ato de conversar ao telefone enquanto dirige, por exemplo, é o suficiente para tornar o motorista mais lento em suas reações. Algo semelhante acontece quando a pessoa ouve o barulho de uma notificação chegando ao celular, mesmo que ela não interaja com o aparelho, como demonstrou uma investigação feita em 2015.

Redução da capacidade cognitiva

Não é somente o uso do celular que provoca mudanças no cérebro, como sugeriu outro trabalho, publicado em 2017. De acordo com os autores, a mera presença do aparelho no mesmo ambiente que o usuário é o suficiente para modificar o comportamento da pessoa.

Durante o estudo, os voluntários realizaram várias tarefas para testar suas capacidades de processar e lembrar informações, resolver problemas e o seu foco, em três situações diferentes. Os smartphones estavam próximos a eles e visíveis, na primeira, próximos e fora de vista, na segunda, e em outra sala, na terceira.

Os melhores resultados foram obtidos enquanto os telefones estavam em outro ambiente, distantes de seus proprietários, segundo a pesquisa. Por outro lado, a capacidade cognitiva se reduzia até com o dispositivo desligado e presente no mesmo ambiente que o usuário.

A conclusão dos especialistas é de que o cérebro poderia estar trabalhando, inconscientemente, para inibir a vontade de verificar o celular enquanto ele estava por perto. Com este pequeno desvio de atenção, a realização de outras tarefas se torna mais complicada.

Problemas a longo prazo

O acesso facilitado às informações, proporcionado pelo uso constante do celular, também pode causar impactos a longo prazo, tendo consequências no envelhecimento, segundo pesquisa feita em 2015 por especialistas canadenses. O problema está em acionar o dispositivo para quase tudo.

Ao deixar de memorizar um número de telefone para buscá-lo na agenda do aparelho ou usar o Google Maps para achar um endereço, em vez de procurá-lo por conta própria, o cérebro fica “preguiçoso”. Isso pode se tornar uma grande adversidade com o passar dos anos.

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