60 anos do desastre que matou oito jogadores do Manchester United

06 de fevereiro de 2018, 09:50

O avião, que tinha um problema em uma das turbinas que causou o adiamento da decolagem duas vezes, caiu entre uma cerca e uma casa pouco depois de levantar voo, após uma mudança brusca do vento em um dia de muita neve (Getty Images).

Por Fernando Graziani

O meia Bill Foulkes não tinha boa sensação sobre o voo que aconteceria dali a instantes. No dia 6 de fevereiro de 1958, a delegação do Manchester United fazia uma parada em Munique para que o avião fosse reabastecido. A viagem começara em Belgrado, onde o time havia empatado com o Estrela Vermelha e garantido vaga nas semifinais da Copa Europeia, atual Champions League. Havia o sonho de encerrar o domínio do Real Madrid, vencedor das duas primeiras edições do torneio.

“Foram várias tentativas abortadas de decolar. Você não precisava ser um gênio para saber que algo ali poderia dar errado”, disse Foulkes numa entrevista em 1998. E o pior aconteceu com o voo BE609 da British European Airways.

O avião, que tinha um problema em uma das turbinas que causou o adiamento da decolagem duas vezes, caiu entre uma cerca e uma casa pouco depois de levantar voo, após uma mudança brusca do vento em um dia de muita neve. Foram 23 pessoas mortas, oito delas jogadores do United. Foulkes sobreviveu praticamente sem ferimentos, sequer precisou passar a noite no hospital.

“Parecia que os tímpanos explodiriam, parecia que tudo estava se desintegrando”, contou. Entre os jogadores mortos estavam Duncan Edwards e Tommy Taylor, dois dos mais importantes atletas do United naquela temporada. Edwards lutou durante 15 dias no hospital contra ferimentos nos pulmões e nos rins e múltiplas fraturas, incluindo bacia, fêmur e costelas. “Ele poderia ter sido o maior de todos, até que Pelé ou Di Stefano”, escreveu o jornal britânico “The Telegraph” no aniversário de 50 anos da tragédia.

 

 

O acidente é uma das mais famosas tragédias aéreas do futebol, como as que vitimaram o Torino (1949), a seleção da Zâmbia (1993) e a Chapecoense (2016).

Depois do acidente, o Manchester United acabou eliminado pelo Milan nas semifinais da Copa Europeia: venceu em casa por 2 a 1 e foi derrotado na Itália por 4 a 0. O time italiano cairia na final, e o Real Madrid conquistaria o terceiro de seus cinco campeonatos consecutivos.

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