China dispara na frente na corrida pela vacina contra a Covid-19

21 de setembro de 2020, 09:08

A China tem quatro candidatas em fase final, mas a primeira a realizar testes em humanos, em abril, foi a CanSino, que desenvolve em parceria com a Academia Militar de Ciências (Foto: Reprodução)

A China dispara na frente nos esforços para produzir e distribuir a primeira vacina contra a Covid-19 no mundo. 

A chefe de biossegurança do Centro de Controle de Doenças e Prevenção da China, Wu Guizhen, afirmou que os ensaios clínicos na fase 3 têm corrido bem e acrescentou que ela mesma tomou uma das vacinas em abril e não teve reações adversas. Ela só não disse qual vacina está mais adiantada no processo. 

A China tem quatro candidatas em fase final, mas a primeira a realizar testes em humanos, em abril, foi a CanSino, que desenvolve em parceria com a Academia Militar de Ciências um imunizante que usa adenovírus, o vírus da gripe, modificado geneticamente como vetor. A vacina da CanSino também já foi liberada em regime de emergência para uso em militares e teve sua patente aprovada na China, informam O Estado de S. Paulo, a Reuters e a rede de TV chinesa CGTN.

Além dos quatro imunizantes chineses (CanSino, Sinovac, Sinopharm do Instituto Biológico de Pequim e do Instituto Biológico de Wuhan), outros cinco candidatos estão na fase 3. Instituto de Pesquisa Gamaleya (Rússia), Janssen Pharmaceutical Companies (EUA), Moderna (EUA), Pfizer (EUA) e Oxford/AstraZeneca (Reino Unido) também disputam essa olimpíada da biotecnologia e todas contam com o apoio da torcida.

O dr. Yu Xuefeng, CEO da CanSino, disse em uma entrevista para o canal estatal CGTN que ele tem plena confiança de que a vacina desenvolvida por eles é segura e só aguarda os resultados da fase 3 para confirmar sua eficácia. O cientista diz que a CanSino constrói paralelamente infraestrutura para produzir 200 milhões de unidades por ano a partir de 2021, mas alerta que a vacinação é um processo longo.

“Leva tempo para imunizar todo mundo”, explica ele. Questionado sobre seus concorrentes, Yu se mostrou cético em relação à vacina da Moderna por falta de informações, mas disse torcer para que outras farmacêuticas consigam um resultado positivo. O executivo também espera que o seu produto possa ser usado em países ocidentais e que a política não interfira na imunização.

O primeiro grande desafio da CanSino foi a criação de uma vacina contra o ebola, em 2015, para combater a doença em Serra Leoa, na África. A força-tarefa teve parceria com uma equipe do exército chinês liderada pela dra. Chen Wei. A major general Chen Wei acaba de ganhar o título honorário de “Herói do Povo” pelo trabalho no combate ao coronavírus. 

Fonte: 247

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